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Cantareira volta a entrar em estado de alerta e fica abaixo de 40%

Sabesp nega risco de desabastecimento em SP, apesar da previsão de poucas chuvas até o fim do inverno

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São Paulo

O sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, voltou ao estado de alerta neste início de julho. Nesta segunda-feira (4), o reservatório funciona com 39,3% da capacidade —abaixo da marca de 40%, quando a pressão da água retirada é reduzida para prevenir desabastecimento.

Nesta mesma data no ano passado, o sistema tinha 44,5% do total. Em 2020, o percentual registrado no mesmo dia foi 58%.

Na primeira semana de julho de 2013, ano que antecedeu a crise hídrica em São Paulo, o Cantareira operava com 59% de sua capacidade, 20 pontos percentuais acima do registrado neste momento.

A represa Jaguari, em Piracaia, no interior de São Paulo, que faz parte do Sistema Cantareira
Represa Jaguari, que faz parte do sistema Cantareira - Bruno Santos - 27.ago.21/Folhapress

A Sabesp (empresa de saneamento paulista) informou em nota que está retirando 22 metros cúbicos por segundo (m³/s) de água do reservatório, inferior ao limite máximo de 27 m³/s autorizado, "o que é possível graças à integração com os demais sistemas".

Não há risco de desabastecimento, segundo a companhia. ​

A integração funciona como uma espécie de rodízio em que a captação de água é feita com maior pressão nos reservatórios mais cheios, o que diminui a captação do Cantareira.

De acordo com a Sabesp, a soma dos sete reservatórios (Alto Tietê, Guarapiranga, Cantareira, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço) que fornecem água para a região metropolitana de São Paulo opera com 54,1% da capacidade. Em 2021, nesta mesma data, o acúmulo de água era de 51,6%.

Os reservatórios Rio Grande (97,3%) e São Lourenço (87,5%) estão mais cheios do que os demais: Cotia (81,2%), Guarapiranga (74,4%), Alto Tietê (59,4%), Rio Claro (44,2%) e Cantareira (39,3%).

O inverno é a estação mais seca do ano, e a previsão é de chuvas abaixo da média para o mês de julho, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Até a próxima segunda-feira (11), o Inmet prevê a predominância de uma massa de ar seco no Sudeste, que impede a formação de chuvas. Somente no litoral paulista há chance de ocorrer chuva em pontos isolados.


Faixas de operação do sistema Cantareira

  1. Normal: volume útil acumulado igual ou maior que 60% e limite de retirada de 33 m³/s;
  2. Atenção: volume útil acumulado igual ou maior que 40% e menor que 60% e limite de retirada de 31 m³/s;
  3. Alerta: volume útil acumulado igual ou maior que 30% e menor que 40% e limite de retirada de 27 m³/s;
  4. Restrição: volume útil acumulado igual ou maior que 20% e menor que 30% e limite de retirada de 23 m³/s;
  5. Especial: volume acumulado inferior a 20% do volume útil e limite de retirada de 15,5 m³/s.

Fonte: ANA (Agência Nacional de Águas) e resolução conjunta nº 925/2017


Levantamento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) aponta que a precipitação acumulada entre abril e maio deste ano ficou 51% abaixo da média histórica na região do Cantareira. Foram 81 milímetros de chuva ante 158 milímetros do esperado para o período. Em maio, a precipitação acumulada foi 51 milímetros, ou 67% da média histórica para o mês (76 mm).

As projeções indicam que o sistema Cantareira pode chegar a setembro deste ano em operação de restrição, operando com 28% da capacidade, caso as chuvas se mantenham dentro do esperado para o período.

Como a previsão do Inmet é de chuvas abaixo da média, a perspectiva é de que o volume útil fique entre 23% e 26% até o fim de setembro.

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