Faxineira agredida por major da PM vai pedir medida protetiva contra ele

Defesa quer que militar mantenha distância dela e de sua família; imagens de elevador mostram policial dando tapa no rosto dela no Rio

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Rio de Janeiro

O advogado Alexandre Rangel, responsável pela defesa da faxineira Patrícia Peixoto, diz ter solicitado à polícia a adoção de uma medida protetiva para ela contra o major da PM (Polícia Militar) Bruno Chagas. Ele a agrediu no elevador do prédio no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 18.

A Polícia Civil não informou o nome do advogado do policial, e a reportagem não conseguiu localizá-lo.

Com a medida, a defesa solicita que o policial mantenha distanciamento dela e da sua família por no mínimo 500 metros, recolhimento de qualquer arma de fogo em posse dele e afastamento da função pública.

Rangel afirma que a medida é necessária para resguardar a segurança dela e de sua família. Segundo ele, Chagas tentou contato com a vítima nesta segunda-feira (25) após a divulgação do vídeo com o registro da agressão. A imagem foi captada pela câmera de segurança do elevador do condomínio onde o PM mora.

imagem de elevador mostra homem dando tapa em mulher
Imagens de câmera de elevador registraram agressão de major contra mulher em prédio no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio - Reprodução Globonews

Além da medida, o advogado disse que apresentou denúncia contra o major na Corregedoria-Geral da Justiça do Estado e que pretende propor uma ação pelos crimes de ameaça, injúria e difamação .

"Ele vai responder por todos os danos causados à vida dela e, além disso, também vamos propor uma ação pedindo indenização por dano e prejuízo causado à vida dela. Fizemos os pedidos de medida protetiva e estamos aguardando a manifestação do delegado. Acredito que o próprio juiz vai se manifestar favorável para assegurar a vítima e sua família", afirmou Rangel.

O advogado classificou o crime como brutal e disse que a defesa está elaborando técnicas para uma investigação própria e um inquérito defensivo.

Rangel acrescentou que tem interesse em enquadrar o caso de lesão na Lei Maria da Penha, com aumento de pena para o réu por violência doméstica.

"Ainda vamos aguardar o resultado do inquérito e a denúncia do Ministério Público. Pretendo me manifestar ao longo do curso da investigação e do processo, porque prevemos um inquérito defensivo. Espero que ela seja protegida", disse o advogado.

Como foi a agressão

A câmera de segurança do elevador do condomínio onde Chagas mora registrou a agressão no último dia 18.

É possível ver o momento em que Patrícia Peixoto entra no elevador, às 10h17, e é confrontada pelo major, que aparenta discutir com a funcionária ao apontar o dedo para ela.

Minutos depois, o homem chega a manter a vítima acuada no fundo do elevador, ainda com o dedo em riste. Quando ela percebe que ele está muito próximo, ela o empurra e é agredida com um tapa no rosto.

Segundo a faxineira, antes de entrar no elevador, ela e o major já haviam começado a discutir. Ela havia se atrasado 20 minutos para chegar ao apartamento, segundo ela, porque cuidava da filha doente na noite anterior e perdeu a hora.

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