Após tiroteio na Lapa, bairro boêmio do Rio tem tumulto

Acessos à região foram fechados durante protesto contra a morte de homem em uma operação policial

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São Paulo

Todos os acessos ao largo da Lapa, bairro boêmio e turístico do Rio, foram fechados no início da noite desta segunda-feira (18) por causa de um tumulto após a morte de um homem durante operação da Polícia Civil na região.

Manifestantes protestaram e a Polícia Militar ocupou as ruas do bairro. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram correria, barulho de bombas e barricadas com sacos de lixo pegando fogo. A janela de um ônibus foi atingida por uma pedra durante o confronto. O comércio fechou as portas.

A imagem colorida mostra policiais ao lado de uma viatura
Policiais militares na Lapa, no Rio, após manifestação contra morte de jovem - Reprodução/PMERJ

Moradores da Lapa registraram, também em vídeo, as imagens de um homem morto coberto por um lençol branco após a ação da Polícia Civil. Segundo o jornal O Globo, o homem atingido é Emanuel Ramos de Oliveira, 20, que tinha 15 anotações criminais, a maioria por roubo e tráfico de drogas. A polícia alega que ele reagiu à ação.

A Polícia Militar informou que o tumulto foi controlado pelo Batalhão de Choque e por policiais do 5º Batalhão no meio da noite. Os acessos aos veículos foram liberados e a PM permaneceu no local.

O vereador Tarcísio Motta e a deputada estadual Mônica Francisco, ambos do PSOL-RJ, cancelaram uma atividade sobre cultura que fariam na Lapa após a morte do jovem e o tumulto no bairro.

"Não é possível respirar, não é possível fingir normalidade. Chega de genocídio do povo negro", disse o vereador. "Segunda-feira, final do expediente e a Lapa sitiada. Resultado da revolta da população por mais um jovem negro morto pela polícia", postou a deputada.

Segundo a vereadora Tainá de Paula (PT-RJ), a rua Joaquim Silva, onde o homem foi baleado e morreu, é um local abandonado. "Tensa-se lidar com esgoto a céu aberto, falta de água, bocas de fumo. O que o Estado faz? Mata um jovem de 20 anos à queima-roupa", disse.

Ela citou também as ruas escuras e casarões abandonados na região. Segundo Tainá, o programa Reviver Centro não chegou aos bairros Lapa e Glória. "A população da Lapa e região vai esperar quantas outras tragédias?", perguntou.

Na semana passada, uma troca de tiros durante uma operação da Polícia Civil na favela de Manguinhos, na zona norte do Rio, deixou seis pessoas mortas. Os agentes prenderam dois suspeitos.

De acordo com a Polícia Civil, agentes do Esquadrão Antibombas foram alvos de tiros quando passavam pela avenida Dom Hélder Câmara, a caminho da Cidade da Polícia —sede das unidades especializadas da corporação.

Policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) foram acionados para apoio da equipe durante a troca de tiros.

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