Lojistas aprovam demolição de prédio que pegou fogo na 25 de Março

Defesa Civil usará drones para avaliar danos em vigas, colunas e lajes no interior do edifício

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São Paulo

Lojistas que possuem salas no prédio de 10 andares que pegou fogo na região da rua 25 de Março, na região central de São Paulo, aprovaram nesta quarta (13) a demolição do imóvel. O grupo aceitou uma proposta apresentada pela prefeitura.

"O prédio terá que ser demolido mesmo e isso será feito pela prefeitura sem a ação judicial, que poderia demorar. Estamos aguardando a prefeitura entrar com uma ação estratégica para esta demolição", diz Cláudia Urias, diretora-executiva da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências).

Imagem do quarto dia de combate ao incêndio no prédio comercial de 10 andares no Centro de São Paulo tirada em 13.jul
Imagem do quarto dia de combate ao incêndio no prédio comercial de 10 andares no centro de São Paulo - Matheus Moreira - 13.jul.2022/Folhapress

A Prefeitura de São Paulo avaliou nesta quarta (13) pedir na Justiça a demolição do prédio, mas descartou a possibilidade após o acordo com os lojistas.

A Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras) já tem em mãos o projeto arquitetônico original e as plantas do prédio. "Imagens de drone e relatórios estão sendo analisado na busca de alternativas que reduzam o risco e agilizem a liberação da área", diz nota da prefeitura.

Devido ao perigo de desabamento, não é possível que a Defesa Civil e os bombeiros entrem no edifício para vistorias. Os elementos estruturais do prédio como colunas de sustentação, vigas e lajes serão avaliados por meio de imagens capturadas por drones. A partir das imagens será possível determinar se a demolição deverá ser parcial ou total.

Os danos estruturais no prédio que pegou fogo levaram o engenheiro da Subprefeitura da Sé, Álvaro de Godoy Filho, a interditar outros nove prédios na região. Todos os imóveis, incluindo o que pegou fogo, são comerciais.

O prédio que pegou fogo, o condomínio Edifício Comércio e Indústria, fica na rua Conselheiro Abdo Schahin. Cerca de 78 salas comerciais e pelo menos um refeitório funcionavam no local. Parte das salas eram usadas como depósitos para estoque de mercadorias que variam de capas e carregadores de celular a tecidos.

Jorge Dib, 51, é dono de duas lojas de pijamas e roupas íntimas na região da 25 de Março. Ele diz que perdeu um mês e meio de estoque que guardava no depósito que fica no prédio que pegou fogo. No local, também funcionava o refeitório utilizado pelos 90 funcionários do comerciante.

O incêndio começou no último domingo (10) por volta das 21h30 após uma explosão na altura do terceiro andar, segundo informações iniciais colhidas pela Polícia Civil.

O fogo se alastrou e atingiu outros imóveis do quarteirão: dois na rua Cavalheiro Basílio Jafet, sendo um comercial e o outro a Paróquia Ortodoxa Antioquina da Anunciação a Nossa Senhora, e outro em que funciona a loja Matsumoto, na rua Barão de Duprat.

O incêndio foi extinto nesta quarta (13) após 63 horas de trabalho. Mais de cem homens trabalharam na contenção das chamas.

Dois bombeiros ficaram feridos após a incursão no edifício. Ao abrir passagem para o interior do prédio, o contato do oxigênio com o calor casou uma segunda explosão. Ambos foram socorridos com queimaduras de segundo grau. Um deles teve 36% do corpo queimado.

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