Major da PM é investigado por agressão a empregada doméstica no Rio

Câmera de segurança do elevador do prédio onde policial mora registrou a cena

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Rio de Janeiro

O major da Polícia Militar Bruno Chagas está sendo investigado após aparecer em um vídeo agredindo uma funcionária que trabalhava em seu apartamento, no bairro do Recreio, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O caso está sendo investigado pela 42º DP (Recreio dos Bandeirantes). De acordo com a Polícia Civil, os agentes ouviram depoimentos de testemunhas nesta segunda-feira (25).

A polícia não soube informar o nome do advogado de Chagas, e a reportagem não conseguiu localizar o major.

O major da Polícia Militar Bruno Chagas em elevador com empregada em prédio no Recreio, no Rio - Reprodução/Globonews

A câmera de segurança do elevador do condomínio onde Chagas mora registrou a agressão no último dia 18.

É possível ver o momento em que Patrícia Peixoto entra no elevador, às 10h17, e é confrontada pelo major, que aparenta discutir com a funcionária ao apontar o dedo para ela.

Minutos depois, o homem chega a manter a vítima acuada no fundo do elevador, ainda com o dedo em riste. Quando ela percebe que ele está muito próximo, ela o empurra e é agredida com um tapa no rosto. A reportagem não conseguiu ouvir a vítima nem o advogado dela.

A Polícia Militar disse que também teve acesso aos registros da agressão. A Corregedoria-Geral da corporação abriu uma apuração interna para investigar a conduta do major.

Em entrevista à TV Globo nesta terça-feira (26), Peixoto afirmou que trabalhava na casa desde janeiro sem vínculo empregatício.

"Eu me sinto muito mal. E me sinto mais mal vendo a imagem do que no dia do ocorrido [18 de julho], porque eu não esperava essa agressão. É um sentimento que não consigo explicar. Ele nunca foi agressivo a esse ponto comigo antes, tinha dias que acordava de cara feia e eu o tratava como patrão sem muita conversa", disse Peixoto.

Segundo a faxineira, antes de entrar no elevador, ela e o major já haviam começado a discutir. Ela havia se atrasado 20 minutos para chegar ao apartamento, segundo ela, porque cuidava da filha doente na noite anterior e perdeu a hora.

Peixoto contou que o major havia criticado uma atualização de status que ela havia feito no WhastApp, sobre empregadas domésticas. "Ele disse que eu não deveria postar essas coisas, mas muito agressivo, muito nervoso", disse ela, na entrevista.

Ainda segundo a funcionária, o major o tempo todo colocou o dedo em direção ao rosto dela, mesmo com pedidos para que ele parasse com o gesto, e que a teria agredido com palavras.

Peixoto contou que o patrão pediu que ela se retirasse do apartamento. Antes de sair, a funcionária disse que pediu a chave do carro dela, pois havia emprestado o automóvel para o major. Neste momento, ela relata que a esposa dele escondeu a chave.

"Ela (a esposa) escondeu a chave, mas eu disse que eu só ia sair quando ele me entregasse a chave. Então, ele pediu para a esposa pegar e ele disse que ia lá embaixo comigo tirar as coisas que estão no carro. ‘Entrega a chave para essa safada’, foi me xingando de tudo que é nome. Na hora que ele saiu, eu fui junto para pegar as coisas e ir embora. Foi quando as agressões começaram", disse a empregada.

Ela disse que pediu a ele para que se afastasse, mas ele continuou as ameaças e deu um tapa no rosto da vítima.

"Eu disse que ia dar parte dele [prestar queixa na polícia], mas ele respondeu que eu poderia fazer o que eu quisesse, porque não ia dar nada para ele, porque ele era major da PM", afirmou Peixoto.

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