Marinha coloca em ação novo esquadrão de drones

Ao todo, seis aeronaves não tripuladas ScanEagle, fabricadas por subsidiárias da Boeing, serão usadas para patrulhamento e socorro

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São Paulo

A Marinha ativou nesta terça-feira (5) o 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (EsqdQE-1) durante cerimônia realizada na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro.

O esquadrão conta com seis aeronaves não tripuladas de observação ScanEagle. Os drones são fabricados pela Insitu, uma subsidiária da Boeing e chegaram dos Estados Unidos em março. O equipamento precisou ser transportado em nove carretas.

Aeronave não tripulada ScanEagle, da Marinha do Brasil; cerimônia nesta terça-feira (5), no Rio de Janeiro, ativou o 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas - Agência Marinha de Notícias

A criação do EsqdQE-1, diz a Marinha, marca a história da aviação naval. "Trará significativo aumento na capacidade operacional dos navios da força naval durante missões de inteligência, vigilância e reconhecimento", diz em texto em seu site.

Segundo a Marinha, os drones poderão ser usados em operações terrestres e marítimas, inclusive à noite, para atividades de controle de tráfego naval, prevenção de ilícitos, pirataria, terrorismo, monitoramento de desastres e operações de socorro e salvaguarda no mar.

Questionada sobre onde as aeronaves farão patrulhamento no início das operações, a Marinha não respondeu até a publicação desta reportagem.

A nova operação militar, segundo a Marinha, ficará a cargo do Comando da Força Aeronaval.

O primeiro lançamento foi feito no último dia 28 de junho em São Pedro da Aldeia. O vídeo da preparação, pouso e retorno à base foi compartilhado, inclusive, pela Insitu.

A Marinha, entretanto, já havia feito testes em 2014 na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Na época, a força disse que os drones seriam usados para monitorar a "Amazônia Azul", ou seja litoral brasileiro.

Os militares da Marinha fizeram treinamento para pilotar o ScanEagle no ano passado nos Estados Unidos. E o anúncio de que as aeronaves fariam parte da aviação naval brasileira foi feito no fim de 2019.

Questionada por email e por telefone sobre os custos dos equipamentos, a Marinha não respondeu até a publicação desta reportagem.

De baixo peso —máximo de 22 kg na decolagem—, o Scan Eagle tem 3,1 metros de envergadura, 1,6 metro de comprimento e teto de 19,5 mil pés, ou seja, quase 6.000 metros. Equipado com motor a gasolina, tem autonomia de até 24 horas. ​

A aeronave decola a partir de um lançador, como uma catapulta. O drone não tem trem de pouso, portanto, pode partir de um navio, por exemplo, e retornar para a embarcação —há um sistema de captura da aeronave pela ponta da asa com uma corda amarrada a uma lança de 5,24 metros, segundo diz a Insitu em documento sobre a ficha técnica do ScanEagle.

A aeronave alcança uma velocidade máxima de quase 150 km/h e de cruzeiro, de aproximadamente 110 km/h. O raio de ação é de até 100 km.

Ainda segundo a empresa, o ScanEagle voa em ambientes extremos, carregando uma câmera eletroóptica ou com infravermelho em uma torre giroestabilizada.

De acordo com a subsidiária da Boeing, a parceria com a fabricante de aviões para desenvolvimento do ScanEagle ocorreu no inicio dos anos 2000. O drone foi colocado em campo pela primeira vez pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, em 2004 e passou a ser usado por forças de coalização no Oriente Médio.

O drone que vai ser usado pela Marinha para patrulhamento decola a partir de uma catapulta - Agência Marinha de Notícias
Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior afirmava que os drones alcançavam teto de 19,5 pés. O correto é 19,5 mil pés. A informação foi corrigida.

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