Descrição de chapéu Obituário Clara Lúcia Mortimer Macedo (1944 - 2022)

Mortes: Alma de artista, corpo de atleta e alegria contagiante

Clara Lúcia Mortimer Macedo dedicou-se ao balé e ao judaísmo

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São Paulo

Clara era a segunda filha de Lígia e Sinval, mas foi a irmã mais velha de seis crianças. Nascida em Pará de Minas (90 km de Belo Horizonte), cidade onde seu pai trabalhava, foi para Belo Horizonte com a família pouco depois da morte da primogênita, Liginha, em decorrência de um câncer renal. Na capital mineira, viu nascer os outros seis irmãos, a paixão pelas artes e pela educação.

Com alma de artista e corpo de atleta, dedicou-se ao balé a ponto de praticar não apenas os passos com nomes em francês mas também a alfabetização na língua de Rudolf Nureyev e Anna Pavlova. Também comprou um piano e aprendeu a tocar para exercitar sua paixão pelo instrumento. Dizia que gostava de música não apenas para ouvir mas também, e principalmente, para dançar, e assim unia suas grandes paixões.

Uma mulher, Clara, dança em meio a convidados de um casamento
Clara Lúcia Mortimer Macedo (1944-2022) - Arquivo pessoal

Estudou com o Balé-Teatro do Palácio das Artes, uma das principais instituições mineiras dedicadas às atividades artísticas. Foi professora do Studio Anna Pavlova, também na capital mineira, e deu aulas de dança e ginástica pelas décadas seguintes, não sem antes ter passado também pela docência para as crianças do Instituto Ariel. Nos anos 1970, fundou sua própria escola infantil, Maria Carolina, no bairro belo-horizontino Gutierrez. Interessou-se pelo método Montessori e passou a se dedicar a ele também em escolas de Los Angeles, nos EUA, onde viveu por um ano.

A voz animada e o riso fácil tornaram-se suas grandes marcas, assim como, mais tarde, a dedicação ao judaísmo, religião na qual renasceu com a conversão em 1995.

Além de Belo Horizonte e Los Angeles, morou também no Rio de Janeiro e em West Orange, num apartamento do qual conseguia avistar as luzes da Nova York para onde se mudara já depois dos 50, no início dos anos 2000. Ali, trabalhou por quase duas décadas na organização do dia a dia da sinagoga Ahavas Sholom, na cidade vizinha de Newark, Nova Jersey.

Retornou para Belo Horizonte pouco depois de os primeiros sinais do Alzheimer aparecerem, em 2018. A doença que havia levado as lembranças e os últimos anos de sua mãe também a tiraria de seu lugar preferido no mundo.

Morreu nesta quarta (13) em decorrência de um AVC, aos 77 anos, em Belo Horizonte, e deixa duas filhas, Paola e Isabela, um filho, Rodrigo, e quatro netos, André, Tiago, Akiva Moshe e Gustavo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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