Aguçar a imaginação das crianças era o que motivava o ator Roni Mocchegiani de Araújo. Para incentivar os pequenos a ler, ele fazia contação de histórias e leitura compartilhada.
"Ele trabalhou muito o incentivo à leitura para as crianças. Dentro da contação de história, eles [Roni e um amigo ator] criaram também a leitura compartilhada. Eles sentavam com as crianças e cada um ia lendo uma parte do livro", lembra Elisangela Pacete Virga, mulher de Roni.
Roni e outro ator puseram de pé o projeto Ler o Mundo na cidade mineira de Poços de Caldas.
Em parceria com a prefeitura, os atores acompanhavam uma biblioteca móvel, que circulava pelas ruas da cidade. Toda vez que paravam na frente de um colégio, faziam contação de histórias.
"O Ler o Mundo foi muito representativo, porque ele sempre gostou muito de ler, tanto que em casa tem muitos livros. Ele sempre falava para as pessoas que tinha que ler. Nunca escondeu conhecimento, sempre disponibilizava tudo que ele podia para que todo mundo tivesse acesso [aos livros]", lembra Elisangela.
Antes de se tornar ator, Roni Mocchegiani jogou futebol, foi enfermeiro e educador social.
Aos 17 anos, jogou no Santa Tereza Futebol Clube, em Belo Horizonte.
Nessa mesma época, Roni começou a frequentar o Mocidade Espírita, grupo de estudos espíritas para jovens. Foram nos encontros que ele teve o primeiro contato com o teatro.
Começou a trabalhar como ator anos depois. "Quando nos conhecemos, eu já fazia teatro. Nós nos unimos dentro da arte e começamos a trabalhar profissionalmente", afirma Elisangela.
Os primeiros trabalhos do casal como atores foram esquetes para empresas —peças de curta duração. Depois, com o passar dos anos, eles criaram duas companhias de teatro, a Máscaras Vivas e a Companhia de Atores —esta em parceria com outros profissionais.
Além da dedicação profissional como ator, Elisangela lembra que o marido era uma pessoa muito alegre, adorava cozinhar e gostava bastante de futebol —era flamenguista. "Quando estávamos ensaiando e tinha futebol, ele parava para ver. Ele não deixava de ver o futebol", afirma rls.
Roni Mocchegiani de Araújo morreu no dia 30 de junho, aos 49 anos, depois de tratar um tumor no cérebro. Ele deixa a mulher, quatro filhos, a mãe, uma irmã, um tio e uma tia.
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