Descrição de chapéu Obituário Luiz Cláudio de Lima (1964 - 2022)

Mortes: Educador por toda a vida, deu aula em presídios por quase 30 anos

Luiz Cláudio de Lima também foi diretor do sindicato dos professores de São Paulo

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São Paulo

"É muito marcante me lembrar do meu pai nos chamando para ver um filme. Nós, eu e minha irmã, deitávamos por cima dele para assistir juntos e sempre acontecia aquele fenômeno natural de dormir na sala e acordar na cama", lembra a biomédica Angelica Borba de Lima, 29, filha de Luiz Cláudio de Lima.

Luiz morreu no último dia 2 de julho de infarto após mais de 15 dias internado. A filha diz que o pai era uma pessoa muito ativa e estava sempre com amigos ou no Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), onde atuava como diretor.

Luiz Cláudio de Lima (1964 - 2022)
Luiz Cláudio de Lima (1964 - 2022) - Arquivo pessoal

Independentemente de onde estivesse, Luiz sempre estava acompanhado da mulher, Rita de Cássia Borba Lima, 60, com quem dividiu 33 anos de sua vida e teve duas filhas, Angelica e Adriana.

"Em tudo o que ele tinha que fazer, ele sempre a levava. Nas lembranças mais marcantes, eles estão juntos. Iam a todos os lugares, do sindicato à casa de amigos. Tinham essa parceria muito bonita."

Luiz era nascido em maio de 1964 em Alto Alegre, cidade que fica a 51 quilômetros de São Paulo. Anos depois a família se mudou para a capital paulista em busca de oportunidades. O mais novo de sete irmãos, foi o único a fazer faculdade —formado em pedagogia, também estudou história, geografia, sociologia e filosofia ao longo da vida.

O educador gostava muito de ler e era curioso, sempre querendo saber mais sobre qualquer assunto. Além disso, via TV e filmes e usava seu tempo livre para cuidar das filhas.

Além da atuação no sindicato, Luiz deu aulas em presídios desde o nascimento da filha mais nova, há 29 anos. Lecionou no Carandiru e, nos últimos anos de vida, na penitenciária de Parelheiros.

A sala de aula e entre amigos e companheiros do sindicato não eram os únicos lugares em que Luiz gostava de estar.

"Ele gostava muito de viajar, do contato com a natureza", diz a filha. O professor viajou o Brasil a trabalho pelo sindicato. Para passear, seu lugar favorito era o litoral sul de São Paulo, especialmente praias e cachoeiras na região. "Era o canto dele", diz a filha.

Mas ele também gostava de viagens para lugares mais longe. Pouco antes da pandemia, Luiz, a mulher e a filha mais nova foram para o Rio Grande do Norte, por exemplo.

"Foi uma viagem diferente. Nós fomos de avião e lá alugamos um carro e íamos para todos os lugares. Ele parecia um adolescente, tudo o encantava. Ele viveu a vida assim, encantado", diz Angelica.

O educador deixa esposa, duas filhas e seis irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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