Com risco de desabar, prédio da região da 25 de Março ainda tem focos de incêndio

Bombeiros mantêm combate a chamas por fora do edifício; ao todo, nove imóveis foram interditados

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São Paulo

Bombeiros retomaram no início da tarde desta terça-feira (12) o combate aos focos de incêndio em um prédio comercial da região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo. No fim da manhã, eles chegaram a interromper os trabalhos por cerca de uma hora após identificarem, com a prefeitura, riscos de a edificação colapsar.

Até o início da noite desta terça, não havia previsão de quando os trabalhos seriam encerrados.

A avaliação de que esse prédio pode desabar foi feita por uma equipe de engenharia da Subprefeitura Sé.

Bombeiros combatem incêndio em prédio na região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

"Existe um risco muito grande de vir a colapsar. O incêndio pegou do primeiro andar para cima, e o lugar em que está mais forte é no quinto andar. Pode acontecer igual às Torres Gêmeas", afirmou o engenheiro Álvaro de Godoy Filho, da subprefeitura.

Ele ressaltou que ainda não se sabe a causa do incêndio. Somente a perícia para atestar, de acordo com ele.

"Se, depois de concluído o trabalho de rescaldo, houver necessidade de demolição, o dono da edificação terá que acionar o engenheiro contratado por ele para a realização do trabalho", afirmou a prefeitura, em nota.

O incêndio no edifício da rua Comendador Abdo Schahin teve início por volta das 21h deste domingo (10) e atingiu outros três imóveis vizinhos, entre os quais o da Paróquia Ortodoxa Antioquina da Anunciação a Nossa Senhora.

Ao todo, segundo a prefeitura, nove edifícios foram interditados parcial ou totalmente. Como não são residenciais, não há pessoas desabrigadas.

Segundo o capitão André Elias, porta-voz do Corpo de Bombeiros, na manhã desta terça, foram vistas novas rachaduras na parte lateral do prédio onde o fogo começou, além de algumas antigas que aumentaram de tamanho.

"Algumas estruturas apresentaram comportamento anormal. A laje de alguns pavimentos chegou a apresentar uma certa curvatura."

"O prédio começou a emitir barulhos, estalos", acrescentou o porta-voz. "Então, juntamente com o engenheiro da prefeitura, a gente achou por bem interromper os trabalhos, aumentar o perímetro, aumentar a segurança, até mesmo da população que está ao redor."

Os trabalhos foram suspensos por volta das 11h. Cerca de uma hora depois, foram retomados, com a corporação atuando apenas pela parte externa —na rua Comendador Abdo Schahin—, utilizando a plataforma elevatória de um dos caminhões.

Por volta das 16h desta terça, o porta-voz relatou que o prédio estava estabilizado, porém ainda existia o risco de cair.

Os bombeiros consideram o incêndio controlado, mas não extinto. Ainda há focos nos andares mais altos do interior do prédio comercial. Quarenta e cinco integrantes atuavam no combate às chamas.

No mesmo horário, ainda era possível notar uma nuvem de fumaça sair de algumas janelas do prédio de dez andares. Um líquido gerador de espuma era utilizado pelos bombeiros na tentativa de conter alguns focos de incêndio.

André Elias disse que foi solicitado o aumento do perímetro de segurança, o que impediu que lojas abrissem na região.

A corporação orientou as pessoas a não irem à região da rua 25 de Março.

O trânsito na área, que chegou a ser parcialmente liberado pela manhã, voltou a ser interditado em seis pontos. O trajeto de seis linhas de ônibus foi desviado.

A maior parte das lojas da região já fechou. "A orientação foi de fechar para garantir a segurança de todos, porque o prédio está com grandes chances de desabar", diz a diretora-executiva da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências, Cláudia Urias.

No entanto, no fim da tarde desta terça, as ruas Barão de Duprat e Comendador Afonso Kherlakian estavam lotadas, com muitos curiosos aproveitando para fotografar o prédio.

Nesta tarde, havia interdição, com todos os comércios fechados, na rua 25 de Março, entre a rua Comendador Afonso Kherlakian e a ladeira Porto Geral. A rua Cavalheiro Basílio Jafet também estava fechada em toda a sua extensão.

O Metrô de São Paulo disse que o acesso à estação São Bento pela ladeira Porto Geral foi fechado a pedido dos bombeiros, mas que a estação e os demais acessos continuavam abertos e a operação dos trens ocorria normalmente.

Segundo informações da Polícia Civil, o fogo teria começado por volta das 21h de domingo (10) após uma explosão na altura do terceiro andar do prédio comercial da rua Comendador Abdo Schahin.

Houve desabamento da estrutura da loja Matsumoto, que fica na rua Barão de Duprat, e do teto da Paróquia Ortodoxa Antioquina da Anunciação a Nossa Senhora, na rua Cavalheiro Basílio Jafet.


Vídeo: Bombeiros tentam controlar incêndio


De acordo com Roberto Monteiro, delegado da 1ª Delegacia Seccional do Centro, quando bombeiros tentavam chegar ao interior do prédio com oxigênio, teria ocorrido uma nova explosão, ferindo dois integrantes da corporação. Um deles teve 36% do corpo queimado. Ambos foram socorridos e levados ao pronto-socorro Tatuapé. Nesta terça, os dois continuavam internados e o estado de saúde deles era considerado estável.

De acordo com os bombeiros, o prédio não tinha AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). A prefeitura afirmou que a edificação é de 1948. No térreo funcionavam lojas e, nos demais andares, escritórios.

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