Descrição de chapéu Obituário Cícero de Lima (1964 - 2022)

Mortes: Dedicou-se ao bem-estar da família

Cícero de Lima deixou Alagoas para construir família com o amor da sua vida, Marluce, em SP

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São Paulo

Companheirismo e dedicação sempre foram marcas registradas do manobrista Cícero de Lima. Ele sempre fez questão de participar ativamente da vida de seus familiares, mesmo trabalhando mais de 12 horas todos os dias.

Natural de Colônia Leopoldina, município de Alagoas, Cícero chegou ainda jovem a São Paulo e prontamente construiu família com Marluce, o amor de sua vida, como ele dizia.

De infância pobre, nunca permitiu que faltasse algo em sua casa. Trabalhava em dois empregos, dia e noite.

Cícero de Lima (1964-2022)
Cícero de Lima (1964-2022) - Arquivo pessoal

Há 15 anos, foi diagnosticado com doença de Chagas, causada por um parasita encontrado nas fezes do inseto barbeiro, provavelmente contraída na época de trabalhador rural em seu estado natal. O diagnóstico veio durante doação de sangue, o que fazia com frequência.

Ele não se deixou abater. Em tratamento e com acompanhamento médico contínuo, já que a doença atinge o sangue e as fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas, continuou firme nos empregos.

Seu filho, Wellington de Lima, diz que suas melhores memórias são acompanhando o pai ao trabalho, o que ambos faziam com gosto. "Ele foi extremamente honesto, íntegro e humilde", afirma Wellington.

Cícero fazia questão de reunir toda a família aos domingos para o almoço. Era a sua maneira de mostrar estar sempre presente. E ele sempre se esforçou, em todos os seus gestos, para estar.

"No meu aniversário de 18 anos, após um dia intenso de trabalho, ele chegou em casa com um buquê de flores para mim e disse: 'Eu queria ter comprado algo melhor, mas não tive tempo. Você sabe que o papai te ama'. Foi um dos momentos mais importantes da minha vida", conta Verônica Lima, sua filha mais nova.

Além do afeto e dos valores, o amor pelo São Paulo Futebol Clube foi compartilhado com seus descendentes.

Em novembro de 2018, os médicos decidiram afastar Cícero de seus empregos. O esforço físico poderia agravar a doença. Um baque. O trabalho não era uma obrigação, era o que mais gostava de fazer.

Tendo que ficar em casa, Cícero ganhou mais tempo com seus familiares. A frequência dos almoços aumentou. Viu seus três filhos amadurecerem, dois netos nascerem, o São Paulo conquistar um título Paulista após 16 anos.

Ainda, com um salário vindo do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), fez questão de manter, até seus últimos dias, tudo em dia na casa da família. Como sempre fizera.

Cícero morreu aos 57 anos, por complicações cardíacas causadas pela doença de Chagas. Deixa a esposa, Marluce, os filhos, Wellington, Vanessa e Verônica, e os netos, Matheus e Lucas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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