Descrição de chapéu Obituário Theotônio Victor de Miranda RIbeiro (1931 - 2022)

Mortes: Pediatra, dedicou a vida à medicina e à família

Theotônio Victor de Miranda Ribeiro foi professor da Santa Casa, atleta do Vasco e escritor com 'inspiração machadiana'

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São Paulo

Theotônio Victor de Miranda Ribeiro, o dr. Miranda, dedicou a vida à medicina e a cuidar de outras pessoas —isso, sem deixar de lado outras paixões, como a literatura.

Depois de se aposentar, no início dos anos 1990, ele escreveu quatro romances. "Sempre gostou muito de ler, desde criança. Os personagens dele, as histórias, tinham um estilo, uma inspiração machadiana", conta o filho Flávio de Miranda Ribeiro, 48.

Theotônio morreu em casa, enquanto dormia, no último dia 18 aos 91 anos. Ele foi médico associado a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia).

Theotônio Victor de Miranda RIbeiro (1931-2022)
Theotônio Victor de Miranda RIbeiro (1931-2022) - Arquivo pessoal

Nascido na capital fluminense em 1931, Theotônio vem de uma família de zoólogos acadêmicos. O pai e o avô trabalharam no Museu Nacional do Rio de Janeiro, que pegou fogo em setembro de 2018.

Mais novo de três irmãos, passou boa parte da infância em Niterói e mudou-se com a família, já adolescente, para o bairro de São Cristóvão, no Rio.

Durante a adolescência, por volta dos 16 anos, foi atleta de 50 metros rasos pelo Vasco da Gama, segundo o filho. "Chegou a ser recordista", diz Flávio.

O pediatra formou-se na atual Universidade Federal do Rio de Janeiro e seguiu morando e trabalhando no estado até o fim da década de 1960. Nesse período se casou e teve dois filhos, Maria Cristina e Marco Antonio.

Após a morte da mulher, mudou-se com as crianças para São Paulo para chefiar o departamento de pediatria do Hospital São Luiz Gonzaga, uma das unidades da Santa Casa de Misericórdia. Além disso, ele também foi diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa —durante a carreira acadêmica, foram 46 trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais.

Foi na capital paulista que ele começou a namorar a também pediatra Elia Gomes de Miranda Ribeiro, que já tinha conhecido no Rio. Os dois se casaram em outubro de 1970 e, quatro anos mais tarde tiveram o primeiro filho, Flávio. Em 1978 tiveram a a caçula, Beatriz de Miranda Ribeiro Mugnaini.

"O que mais me chamava a atenção nele era a nobreza. Eu jamais vi o meu marido julgando alguém", diz Elia, hoje com 86 anos.

No fim dos anos 1970, Theotônio deixou a Santa Casa. Na década seguinte foi consultor da OMS (Organização Mundial da Saúde) e assessor temporário para infecções respiratórias agudas na infância da Opas (Organização Panamericana da Saúde).

Em 1986, Theotônio coordenou ainda o programa de controle de doenças respiratórias na infância da Secretaria estadual de Saúde de São Paulo. Aposentou-se quatro anos mais tarde, quando passou a se dedicar a literatura.

Theotônio deixa esposa, quatro filhos, sete netos e quatro bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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