Temporal de granizo afeta 18,6 mil pessoas no RS, segundo Defesa Civil

149 mil estão sem energia no estado; na cidade de Rio Pardo, gelo furou telhados

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Porto Alegre

Passadas quase 24 horas do temporal que assustou Porto Alegre e o interior do Rio Grande do Sul na noite desta segunda-feira (15), cerca de 149 mil gaúchos ainda não tiveram o fornecimento de energia elétrica reestabelecido.

Mais de 320 mil pessoas ficaram temporariamente sem luz após o temporal.

Conforme a CEEE Equatorial, uma das concessionárias de energia, foram realizados 64 mil consertos ao longo desta terça (16). Ainda restam 14 mil residências afetadas a serem atendidas pela empresa.

A RGE Energia declarou ter efetuado o conserto de 125 mil residências. Porém, 135 mil clientes ainda seguiam sem luz ao final da tarde desta terça.

Árvores caídas em Canoas, no Rio Grande do Sul - Prefeitura de Canoas

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul contabilizou 18,6 mil pessoas diretamente afetadas pelo temporal. O número leva em conta pessoas que procuraram as defesas civis das prefeituras gaúchas buscando algum tipo de apoio, desde lona para cobrir residências destelhadas até local para permanência temporária.

O município com mais pessoas afetadas foi Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, onde o granizo do tamanho de bolas de pingue-pongue furou telhados, para desespero dos moradores. A Defesa Civil contabilizou 8.000 afetados na cidade de 38,2 mil habitantes.

O segundo mais castigado por Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, com 6.900 atingidos.

Em Canoas, o temporal danificou lojas no bairro Marechal Rondon. Um armazém de produtos naturais teve a fachada de vidro quebrada. Na sala ao lado, uma geladeira que guardava livros para doação em frente à entrada foi parar no meio da rua levada pelo vento.

"Nosso vidro não quebrou graças ao portão de ferro, mas as salas foram destelhadas e entrou bastante água. Mas nossa prioridade, agora, é arrecadar recursos para ajudar um casal de funcionários. Eles, sim, tiveram a residência quase destruída", afirma a empresária Vanelise Chaves, que publicou nas redes sociais da loja a chave Pix para auxiliar os funcionários.

Em Porto Alegre, o temporal causou a morte de um homem de 45 anos que caiu em um arroio no bairro São José. Daner Hernandez Silva foi encontrado a mais de oito quilômetros do local em que havia desaparecido. O corpo foi resgatado próximo ao Anfiteatro Pôr do Sol, onde o Arroio Dilúvio deságua no lago Guaíba.

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a chuva de granizo foi causada pela formação de cúmulo-nimbo, nuvem vertical de até 15 metros que pode se formar do encontro brusco entre uma frente fria e um local onde há umidade combinada a temperaturas elevadas.

"A umidade sobe rapidamente para o topo da nuvem onde, em contato com temperaturas abaixo dos -50°C, condensa-se rapidamente em pedaços de granizo. É um fenômeno muito rápido e muito perigoso, a ponto de aviões desviarem a rota quando enxergam esse tipo de formação pela frente", afirma Mamedes Luiz Melo, meteorologista do Inmet.

Embora a Defesa Civil gaúcha tenha divulgado a ocorrência de rajadas de vento superiores a 120 km/h em Canoas, as estações monitoradas pelo Inmet registraram máximas de 90,7 km/h em Soledade e de 91,8 Km/h em São José dos Ausentes.

O Inmet mantém alerta meteorológico de perigo para tempestades na região noroeste do Paraná e na metade sul de Mato Grosso do Sul, para onde a frente fria se deslocou.

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