Descrição de chapéu Independência, 200

Museu do Ipiranga reabre nesta terça (6) com Villa-Lobos e 800 convidados

Uma das mais tradicionais instituições culturais do país volta a funcionar depois de 9 anos fechada

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Teste de luz da fachada do Museu do Ipiranga, em São Paulo

Teste de luz da fachada do Museu do Ipiranga, em São Paulo Eduardo Knapp - 29.ago.22/Folhapress

São Paulo

Depois de 3.385 dias de portas fechadas, o Museu do Ipiranga, um dos mais importantes do país, reabre nesta terça (6) em um evento para cerca de 800 convidados em São Paulo.

O último dia de funcionamento foi 3 de agosto de 2013. Só em 2017, no entanto, foi realizado o concurso para definir o projeto de restauro, e as obras começaram efetivamente em novembro de 2019.

Além da restauração do prédio antigo, o chamado edifício-monumento, um novo setor foi construído, dobrando a área da instituição fundada em 1885.

O início da cerimônia de reabertura está previsto para 19h, com a interpretação do hino nacional pela Osusp (Orquestra Sinfônica da USP) na esplanada, em frente ao edifício-monumento.

Os pronunciamentos das autoridades acontecerão em seguida. Em nome da USP, que administra a instituição, devem falar o reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e a diretora do museu, Rosaria Ono. Um porta-voz dos patrocinadores também vai discursar.

O evento terá ainda falas de representantes dos governos federal e estadual. Cerca de dois terços do orçamento das obras, R$ 235 milhões, são oriundos de incentivo federal via Lei Rouanet. O restante veio de aportes do governo estadual, da USP e do patrocínio direto de empresas.

Além disso, foram gastos R$ 19 milhões no restauro do jardim francês, obra completamente custeada pela administração estadual.

Apesar dos vínculos das administrações federal e estadual com a reforma do museu, é improvável que políticos de maior projeção, como o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), participem da cerimônia. Resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proíbe que candidatos compareçam a inauguração de obras públicas nos três meses que antecedem a eleição, sob pena de cassação de registro.

Já o ex-governador João Doria (PSDB), que comandou o estado durante a maior parte da reforma, deve discursar no evento.

Em meio aos discursos, haverá a exibição de uma placa para marcar a reinauguração. Na sequência, nova apresentação da Osusp, com peças como "Bachiana nº 7", composição de 1942 de Heitor Villa-Lobos. Por fim, todos poderão conhecer as novas exposições e participar de um coquetel.

No evento, que deve durar cerca de três horas, os convidados se dividem em quatro grupos basicamente: os patrocinadores e sua cota de convidados; autoridades dos três níveis de governo, incluindo o municipal; professores e outros funcionários da USP; e parceiros nas obras de restauração e ampliação, como os arquitetos Pablo Hereñú e Eduardo Ferroni, do escritório H+F, responsável pelo projeto.

"O bicentenário da Independência do Brasil é, por si só, um momento de reavaliação, de reflexão sobre nossa trajetória e nossa identidade. Ao ser reaberto agora, o Museu do Ipiranga ganha um protagonismo, levando a cultura, a ciência e a educação para o primeiro plano", afirma Amâncio Jorge de Oliveira, vice-diretor da instituição.

A reinauguração que estava inicialmente prevista para 7 de setembro, mas foi antecipada para o dia 6 para evitar que manifestações políticas prejudiquem o evento.

No dia, 7, o museu abrirá às 11h apenas para famílias dos operários que trabalharam ao longo dos três anos de obras e para estudantes e professores de escolas públicas. No dia 8, a instituição, enfim, poderá ser visitada pelo público em geral —os ingressos, que podiam ser obtidos gratuitamente pela plataforma Sympla, já estão esgotados para este primeiro dia.

O museu vai exibir em torno de 3.700 itens –entre pinturas, esculturas, fotos, objetos, relíquias arqueológicas– divididas em 11 exposições. "Independência ou Morte", a controvertida pintura de Pedro Américo, integra a mostra "Uma História do Brasil", que compreende o hall, a escadaria principal e o salão nobre

Outro destaque é a maquete de gesso que representa a cidade de São Paulo em 1841, parte da exposição "Passados Imaginados".


Veja alguns dos principais momentos da história do museu

  • Inaugurado em 7 de setembro de 1895
  • Foi integrado à Universidade de São Paulo em 1963
  • Em 1998, foi tombado pelo Iphan
  • O edifício foi fechado em agosto de 2013, visando à segurança dos visitantes e dos funcionários
  • Ainda em agosto de 2013, foram iniciados os trabalhos de proteção do acervo
  • Em novembro de 2016, começou o diagnóstico estrutural do edifício
  • Em 2017, foi realizado concurso para definir o projeto de restauro
  • Em novembro de 2019, começaram as obras da reforma
  • Conclusão da restauração e das obras de ampliação em setembro de 2022
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