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Prefeitura de São Paulo faz parceria para contar ciclistas na cidade

Dados do app Strava serão usados para estimar tendência do uso de bicicleta na capital

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, a Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) e o aplicativo Strava estabeleceram uma parceria para mensurar a circulação de ciclistas pela capital paulista. O levantamento vai servir para apontar a tendência de uso das bicicletas no dia a dia da cidade.

No ano passado, foi lançado o PlanClima (Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050), que estabelece como meta que 4% do total de viagens realizadas na cidade sejam feitas com bicicleta até 2030 —isso corresponde a cinco vezes o que foi registrado pela Pesquisa Origem-Destino de 2017.

A contagem de bicicletas em circulação e as tendências de aumento ou redução, de forma rápida, são fundamentais para mostrar qual é o panorama e se está mais próximo ou não da meta.

Ciclista usa a ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

O Strava é um aplicativo que reúne mais de 100 milhões de pessoas em 195 países. Os usuários registram suas atividades, como deslocamentos de bicicleta pela cidade, o que possibilita traçar os caminhos mais utilizados, por exemplo. Segundo o app, os dados são tratados de forma anônima em sua plataforma Strava Metro.

O aplicativo tem usado seu banco de dados, desde 2016, para determinar o número de ciclistas em certas regiões.

Como o Strava é utilizado por um perfil específico e que não representa a totalidade das pessoas que se deslocam por bicicletas, foram criados modelos estatísticos capazes de extrapolar o que foi detectado pelo app.

A partir da contagem oficial feita pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o Strava consegue "calibrar" a estimativa. De forma bem resumida, funcionaria da seguinte maneira. Se para cada 10 pessoas que passaram usando o app foram registradas 50 pelo órgão municipal no mesmo horário e local, então se multiplica por cinco o número detectado pelo Strava.

Isso permitiria que daqui a um ano, por exemplo, não seja necessária uma nova contagem oficial, bastando multiplicar por cinco a quantidade de usuários detectada, na ocasião, pelo aplicativo.

Outras variáveis regionais também entram na definição desse número final, como o total de empregos, número de bicicletários e bicicletas por pessoa. Ou seja, não é apenas a aplicação de uma "regra de três".

As estimativas baseadas nos dados do Strava permitem economizar recursos e detectar de forma mais imediata o que está acontecendo em determinado local da cidade.

A pesquisa "Monitoramento de Viagens em Bicicleta: Uma Proposta para a Cidade de São Paulo" levou em consideração 47 pontos onde foram feitas contagens pela CET, das 7h às 10h e das 17h às 20h, sempre em dias úteis.

"A pesquisa mostrou que é possível usar os dados do Strava Metro em combinação com os dados da CET para ajudar no planejamento da mobilidade urbana. Além disso, evidenciou a necessidade de expandir as contagens da CET para as regiões mais periféricas da cidade. Só assim será possível aperfeiçoar os modelos estatísticos e ter uma visão completa da cidade", diz Tainá Souza Pacheco, pesquisadora da Ciclocidade.

A prefeitura afirma que a pesquisa foi conduzida entre o segundo semestre de 2021 e junho de 2022 pela Ciclocidade, em conjunto com a equipe do DPT (Departamento de Pesquisas e Simulações de Tráfego) da CET e da assessoria técnica da Secretaria Municipal de Transportes, tendo o acompanhamento de parceiros do IME-USP (Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo).

"A SMT e a CET acreditam que as parcerias com Strava Metro e com Ciclocidade contribuem para o melhor planejamento do Poder Público para implementação de políticas públicas voltadas à mobilidade da cidade", disse a administração municipal, em nota.

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