Ainda não foi recenseado? Veja as orientações do IBGE

Censo sofreu atrasos e só deve ser concluído em janeiro de 2023

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Rio de Janeiro

A coleta do Censo Demográfico 2022 caminha para a reta final, mas não vai terminar neste ano. Com dificuldade para contratar e manter em campo os recenseadores, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirmou na terça-feira (6) que a operação só deve ser concluída em janeiro de 2023.

Além da escassez de mão de obra, as recusas de parte da população em responder ao Censo também atrasaram a coleta.

Até o início desta semana, o IBGE contou 168 milhões de pessoas no Brasil, quase 80% da população estimada em 2021 (213 milhões). Os estados mais adiantados são Piauí e Sergipe, cujos territórios já foram percorridos pelos recenseadores.

Nessas unidades da federação, o instituto planeja apenas complementar a pesquisa com as informações dos domicílios que tiveram moradores ausentes ou que se recusaram a responder aos questionários nas primeiras tentativas.

Mato Grosso, Amapá, Espírito Santo e São Paulo, por outro lado, estavam mais atrasados até o começo da semana. A seguir, veja quais são as indicações do IBGE para quem ainda não participou da pesquisa.

Recenseador faz entrevistas na Vila Clementino, em São Paulo - Rubens Cavallari - 18.ago.22/Folhapress

O que devo fazer se o recenseador ainda não visitou a minha casa? Se você não vive no Piauí ou em Sergipe, os locais mais adiantados do levantamento, basta aguardar a visita do recenseador, diz o IBGE.

Nos dois estados do Nordeste, moradores de domicílios ainda não recenseados podem acionar o instituto pelo número 137, diariamente, das 8h às 21h30, para participar da pesquisa. Esse é o telefone do Disque-Censo.

Por ora, a ferramenta só está disponível em Sergipe e Piauí. Com o avanço esperado para a coleta nas próximas semanas, o telefone também deve ficar à disposição nas demais unidades da federação.

Se o recenseador já visitou a minha casa, e eu não estava no local, o que devo fazer? Quando não encontra as pessoas em casa, o recenseador é orientado pelo IBGE a deixar uma folha de recados com seus contatos para que um dos moradores possa acioná-lo e responder à pesquisa por telefone, agendar a entrevista presencial ou pedir para responder pela internet.

O que pode acontecer com quem se recusar a responder ao Censo? Caso não consiga fazer as entrevistas na primeira visita ao domicílio, o IBGE afirma que o recenseador retorna ao endereço para buscar a colaboração espontânea.

Se o agente não tiver sucesso nas novas tentativas, o órgão notifica o morador, advertindo que responder ao Censo é uma obrigação prevista em lei.

"A Lei nº 5.534, de 14 de novembro de 1968, e o Decreto nº 73.177, de 20 de novembro de 1973, determinam que toda pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, é obrigada a prestar as informações solicitadas pelo IBGE", diz o instituto.

Em caso de recusa, a multa prevista é de até dez vezes o salário mínimo vigente no país (atualmente em R$ 1.212), se o infrator for primário, e de até o dobro, se for reincidente, acrescenta o órgão. Mesmo com o pagamento da multa, a pessoa segue obrigada a prestar as informações.

Como reconhecer os recenseadores? Os recenseadores trabalham uniformizados. Têm colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação e DMC, o aparelho que registra as informações da coleta.

É possível confirmar a identidade do agente pelo telefone 0800 721 8181 ou na página online Respondendo ao IBGE (respondendo.ibge.gov.br/entrevistador).

Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer nome, matrícula ou CPF do recenseador. O crachá traz dados do profissional.

Qual é a importância do Censo? Trata-se do levantamento mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas da população brasileira.

Os dados servem como base para políticas públicas e até decisões de investimento de empresas. A pesquisa também baliza os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos para as prefeituras.

Na quinta-feira (8), um comunicado da Assibge, que representa os servidores do IBGE, listou fatores que seriam responsáveis pelo atraso do Censo. Entre eles, estariam o corte de orçamento para a pesquisa e a falta de servidores efetivos no órgão.

Para a entidade, "o simples prolongamento da coleta traz riscos à qualidade da informação, na medida em que as entrevistas se distanciam da data de referência do Censo (31 de julho)".

O IBGE, por sua vez, afirma que introduziu "eficientes ferramentas de controles estatísticos, bem como de geotecnologia" na operação deste ano.

"O prolongamento do período de coleta que adie a conclusão do Censo não é desejado, só ocorrendo por motivos alheios a considerações técnicas. No entanto, a correção de eventual erro de memória e de possível mobilidade domiciliar pode ser plenamente garantida por meio dessas ferramentas de controles de qualidade", acrescenta o órgão.

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