Anielle Franco será ministra da Igualdade Racial, anuncia Lula

Cida Gonçalves vai comandar o Ministério da Mulher e Silvio Almeida, a pasta dos Direitos Humanos

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Brasília

O futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na manhã desta quinta-feira (22), o nome Anielle Franco para o Ministério da Igualdade Racial, pasta que será criada pelo novo governo.

Franco é irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018 com seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. Ela é também diretora do instituto que leva o nome da política carioca e integrou a equipe de transição do novo governo. Na quarta-feira (21), Anielle se reuniu com Lula em Brasília.

Além da experiência como ativista e do apoio do movimento negro, por exemplo por meio da Coalizão Negra por Direitos, ela atende a uma demanda da sociedade e da ala mais à esquerda do petista para que sua Esplanada seja mais diversa.

A diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, durante jantar com lideranças femininas
A diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, durante jantar com lideranças femininas - Marlene Bergamo - 23.mar.2022/Folhapress

Após o anúncio, a futura ministra lembrou o assassinato de sua irmã, criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL) por, até agora, não ter concluído as investigações sobre o caso e cobrou que a gestão de Lula o faça.

"Espero que sim, a gente tem essa esperança de que a gente consiga descobrir quem mandou matar a Marielle", afirmou.

O futuro presidente também anunciou o nome da especialista em violência de gênero, Cida Gonçalves, para comandar o Ministério da Mulher.

Ela foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra a mulher tanto nos governos de Lula como de Dilma Rousseff (PT) e também integrou o grupo de transição.

Ainda, o advogado Silvio Almeida —que foi colunista da Folha, mas se afastou para integrar o grupo de transição— foi escolhido como ministro dos Direitos Humanos.

No primeiro anúncio ministerial, Lula acabou criticado por nomear apenas homens, brancos e aliados.

Na ocasião, no início de dezembro, foram escolhidos o governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a Casa Civil; o diplomata Mauro Vieira para o Itamaraty; o ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro para a Defesa; o ex-ministro Fernando Haddad (PT) para a Fazenda; e o senador eleito Flávio Dino (PSB) para o Ministério de Justiça e Segurança Pública, único não petista da lista, mas amigo de longa data do presidente eleito.

O futuro governo irá ampliar bastante o número de ministérios, retomando as 37 pastas que formaram a Esplanada no segundo mandato de Lula e no primeiro de Dilma Rousseff (PT).

Jair Bolsonaro (PL) entregará seu mandato com 23 ministérios, enquanto Dilma sofreu o impeachment com um recorde de 39.

Povos Indígenas

Já a pasta dos Povos Indígenas, outra que Lula prometeu criar durante sua campanha, terá que esperar para saber quem estará no comando.

A falta do anúncio nesta quinta, porém, não surpreendeu integrantes do movimento indígenas ouvidos pela reportagem, sob reserva, que já esperavam que a divulgação aconteceria depois do feriado de Natal.

O nome mais cotado é o de Sônia Guajajara, deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo e uma das três lideranças indicadas pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) para ocupar o cargo.

Também foram recomendadas Joênia Wapichana, deputada federal não reeleita da Rede de Roraima, e o vereador de Caucaia (CE), Weibe Tapeba (PT).

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