Descrição de chapéu aeroportos

Pilotos e comissários encerram greve nos aeroportos

Categoria aceitou proposta de reajuste feita no TST; paralisação foi a mais longa da história, diz sindicato

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São Paulo

Os pilotos e comissários de empresas aéreas aprovaram a proposta de reajuste salarial e encerraram a greve que durou cinco dias e paralisou voos na semana que antecedeu o Natal. A proposta, que prevê reajuste de 6,97% sobre salários e benefícios, foi aceita por 70% da categoria.

No fim da noite da última sexta (23), os aeronautas haviam decidido suspender a paralisação durante este fim de semana para que a categoria pudesse votar a nova proposta feita pelas companhias aéreas.

A greve vinha sendo realizada diariamente desde a última segunda-feira (19), sempre das 6h às 8h. Quem aderiu ao movimento se apresentava para trabalhar, mas não fazia a decolagem.

Movimentação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com a paralisação de pilotos e comissários - Danilo Verpa - 19.dez.2022/Folhapress

"Eu queria realmente agradecer a todos que estiveram conosco nos aeroportos, que estiveram conosco paralisando os voos, isso fez toda a diferença", disse neste domingo (25) o presidente o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), Henrique Hacklaender, na transmissão em vídeo que anunciou o resultado. "Conseguimos fazer uma renovação, trazer melhorias financeiras, melhorias na parte social, algo que já não se via havia algum tempo."

A votação divulgada neste domingo analisou a terceira proposta feita aos pilotos, copilotos e comissários. As empresas ofereceram um reajuste de 6,97% —considerando inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 1%— sobre todas as cláusulas econômicas, como salários fixos e variáveis, diárias nacionais (diárias internacionais não entram no reajuste), vale-alimentação, piso salarial, seguro, entre outros.

A proposta também requer folgas com horários definidos publicadas em escala —mudanças, dependendo da situação e do tempo de antecedência de aviso, podem gerar multas de R$ 500.

Segundo o SNA, foi a paralisação mais longa na história da categoria. Para encerrá-la, um total de 5.834 pessoas participaram da votação.

Nos cinco dias, a greve ocorreu nos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos (SP), Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Grande Belo Horizonte). Apenas nos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, mais de 400 voos foram cancelados durante os dias de paralisação, segundo a Infraero.

Nem todos os cancelamentos e atrasos tiveram relação com a greve, a companhia ressaltou, uma vez que também houve dias de mau tempo, o que agravou os transtornos aos passageiros.

"Essa proposta pode não parecer o melhor dos mundos, e não é. O melhor dos mundos é a gente se sentar a uma mesa de negociação com respeito da outra [parte], e não é o que acontece", disse a diretora de administração e finanças do SNA, Lília Cavalcanti.

As tratativas entre o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias e os aeronautas foram interrompidas no dia 18 de dezembro após os pilotos e comissários recusarem uma proposta das companhias. Nessa ocasião, as empresas haviam oferecido apenas 0,5% de aumento real dos salários e benefícios, e não havia definição de regras para horários de folgas.

Desde então, integrantes do TST (Tribunal Superior do Trabalho) passou a se reunir com os aeronautas e apresentar propostas de reajuste. A categoria pedia inicialmente um aumento salarial de 5%, além da reposição inflacionária.

Os profissionais chegaram a recusar uma proposta elaborada no tribunal, que previa aumento real de 1% nos salários mas não apresentava uma solução para a questão das folgas de trabalho.

A entidade que representa as empresas não se pronunciou sobre o fim da greve neste domingo.

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