Descrição de chapéu yanomami

FAB prorroga abertura do espaço aéreo para saída voluntária de garimpeiros da terra yanomami

'Corredores humanitários' para voos privados seriam fechados nesta segunda (13), mas vão funcionar até 6 de maio

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Brasília

A Força Aérea Brasileira (FAB) prorrogou até maio a abertura parcial o espaço aéreo da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, para a saída voluntária de garimpeiros. Agora eles têm a possibilidade de deixar a região até o dia 6 de maio.

O novo prazo foi informado nesta segunda (13) pelo Comando Operacional Conjunto Amazônia. Inicialmente, o prazo se encerraria à 1h desta segunda.

"Os três corredores humanitários de voo foram abertos no último dia 6 de fevereiro, com o intuito de possibilitar a saída coordenada e espontânea das pessoas não indígenas das áreas de garimpo ilegal por meio aéreo", diz nota do comando.

Helicóptero queimado pelo Ibama durante operação de combate ao garimpo, no último dia 11 - Amanda Perobelli/Reuters

Como mostrou a Folha no último sábado (11), equipes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) detectaram um fluxo de embarcações de garimpeiros com combustível e mantimentos entrando na terra yanomami, um indicativo da continuidade da atividade de exploração de ouro e cassiterita apesar das ações para seu desmonte.

Além disso, agentes do órgão ambiental federal constataram a disposição de grupos de invasores armados à resistência e ao enfrentamento a forças policiais que passaram a operar para destruição de aeronaves e maquinários e para a retirada dos garimpeiros.

A continuidade do fluxo de invasores terra indígena adentro e a disposição à violência dão uma dimensão da complexidade e do tamanho do problema da invasão garimpeira na área yanomami, que contou com a conivência e o estímulo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A medida faz parte da Operação Escudo Yanomami, deflagrada no último dia 31, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou decreto ampliando o poder de atuação dos ministérios da Defesa, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome e dos Povos Indígenas, além de prever a criação da Zida.

O governo Lula (PT) declarou emergência em saúde pública no dia 20, após o presidente receber imagens de indígenas com quadro de desnutrição grave. Ele fez uma visita a Roraima no dia seguinte, o que deu visibilidade à explosão de casos de desnutrição, doenças associadas à fome (como diarreia e infecções respiratórias) e malária.

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