Descrição de chapéu Obituário Itler Gomes de Souza Lima (1959 - 2023)

Mortes: Agregador, conquistou até Zeca Pagodinho com o carisma

Telé tinha o dom mágico de reunir a família

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São Paulo

Qualquer ocasião podia render um momento de alegria com Telé, fosse passeio, almoço, chope ou cafezinho. Em um aniversário, nos anos 1990, a brincadeira foi dar pedaços de bolo ao filho, Leonardo, que lembra do episódio, e ao afilhado, que escreve este texto, e oferecer o próprio rosto para uma brincadeira de torta na cara.

Já as visitas das tias frequentemente acabavam com pegadinhas como uma pedra dentro das bolsas.

Filho de Francisca e Edilson, Itler Gomes de Souza Lima era o segundo mais velho entre os irmãos. Hiltinho, o mais velho, cunhou o apelido. "Quando era criança, não conseguia falar o nome e repetia 'telé', e ficou", lembra.

Posa para foto sorrindo, está de pé, segura uma bandeira do Vasco
Telé Lima (1959-2023) - Arquivo pessoal

A família cresceu toda junta. Moravam na Ilha do Governador, na zona norte do Rio, e depois foram para Jacarepaguá. Lá, Telé começou a trabalhar como mecânico no aeroclube do bairro, uma de suas muitas ocupações na vida.

Mesmo apressado, nunca deixou de visitar os primos e de estar perto dos irmãos, sempre às gargalhadas. Durante uma viagem, o irmão caçula, Herberth Lima, 51, tirou sarro de sua camisa, que lembrava a de um pastor de igreja. "Ele foi ficando irritado, cheguei à revista do aeroporto e gritei 'Pastor, a revista é aqui, pastor!'", diz ele.

Um dos episódios marcantes para o filho Leonardo, 31, foi a clássica final entre Palmeiras e Vasco, na qual o cruz-maltino saiu campeão após ganhar de virada por 4 a 3. "Quando tomamos o primeiro gol, ele foi para o quarto, irritado. A cada gol eu ia lá atualizá-lo. Só voltou quando empatou, e depois saímos para comemorar."

Nem Zeca Pagodinho escapou do carisma. Durante uma temporada, Telé trabalhou como fotógrafo de propagandas carregadas por aviões na praia da Barra quando o cantor, que estava com a família em um bar, ficou grilado.

Pensando que o fotógrafo era um paparazzo, mandou alguém perguntar do que se tratava. Quando entendeu, achou graça. "Pô, o trabalho é tirar foto de aviãozinho?", disse o cantor, que encurtou o termo de fotógrafo de famosos para um amistoso "papi" e convidou Telé para tomar cerveja.

No começo deste ano, o aniversário de Gabriel, 2, filho do primo Cristiano Lima, 49, e uma viagem com parte dos primos e irmãos, para Arraial do Cabo (RJ), foram despedidas. Morreu em 13 de janeiro, aos 63 anos, em decorrência de um infarto. Deixa os filhos Leonardo e Aline.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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