Descrição de chapéu Alalaô

Pré-Carnaval em SP tem blocos sem autorização e foliões que pedem mais festas

Multidão fechou rua na Barra Funda e polícia foi chamada; na mesma região houve confusão com agendas

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São Paulo

A duas semanas do Carnaval, a cidade de São Paulo teve neste domingo (5) um circuito com blocos sem autorização oficial e festas fechadas, com foliões que percorreram a cidade para se manter no clima animado. As convocações ocorreram por meio das redes sociais e geraram ao menos uma confusão de agendas.

Pela manhã, o bloco Pyranha fechou a rua Gustav Willi Borghof, próximo ao viaduto Antártica, na Barra Funda, zona oeste. Uma multidão passeou pela rua acompanhada de uma viatura da Polícia Militar.

Foliões no bloco Pyranha, que desfilou sem autorização neste domingo na Barra Funda, zona oeste de São Paulo - Bruno Santos/Folhapress

Um policial disse que não havia autorização para fechar a rua, razão pela qual foram acionados. O bloco dispersou sem nenhuma ocorrência.

A empresária Nara Trajano, 32, que curtia a folia do Pyranha, afirmou que a prefeitura deveria autorizar mais blocos na capital.

"Neste fim de semana, eu e meus amigos procuramos por blocos na rua e não encontramos quase nada, há muito mais festas fechadas, que são caras", disse Trajano. "O pré-Carnaval na rua é bom para tudo mundo, para o ambulante, para a organização do bloco e para quem vem curtir a festa."

O público saiu em busca de outras festas para continuar em clima carnavalesco. Boa parte dos foliões ali encontrou-se novamente nas ruas da Lapa, também na zona oeste, em um ensaio da banda Cornucópia Desvairada, que toca músicas de Carnaval.

A produtora carioca Diana Baldini, 41, pretendia ficar no Carnaval de rua entre 11h e 19h deste domingo, em dois ou três blocos diferentes. "Não estou sentindo saudade do Rio [de Janeiro] por enquanto", disse.

O bloco com o maior público deste domingo foi o Acadêmicos do Baixo Augusta, com centenas de pessoas reunidas no Galpão Armazém do Campo, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), nos Campos Elíseos, região central de São Paulo. Foi o terceiro e último ensaio do bloco, que vai às ruas uma semana antes do Carnaval.

O show chegou com Simoninha e Tulipa Ruiz no palco. O repertório foi de marchinhas a hits da MPB em ritmo de samba. Com o galpão lotado, o público dançava coreografias do axé sincronizada. Enquanto a isso, a alameda Eduardo Prado estava tomada por foliões e carros de vendedores ambulantes, e dentro do galpão era difícil transitar

Boa parte dos blocos tradicionais de criação tem feito parcerias com estabelecimentos, fazendo ensaios em pontos fixos em vez de passeatas pelos bairros. A divulgação da agendas do pré-Carnaval nas redes causou um desencontro na Barra Funda.

Um ensaio do bloco Domingo Ela Não Vai, a partir das 13h na rua Brigadeiro Galvão, chegou a ser divulgado na internet. A gerência do estabelecimento, o restaurante Terr3no, no entanto, disse que a divulgação ocorreu sem que soubessem. A festa, na verdade, seria com dois DJs que fazem parte da banda do bloco a partir das 16h.

Pessoas interessadas no ensaio chegavam ao local, mas logo iam embora ao saberem que o evento seria mais tarde e em outro formato.

Neste ano, a gestão municipal conseguiu patrocínio de R$ 25,6 milhões para organizar os desfiles na rua. A empresa que venceu a licitação, do ramo de cervejarias, poderá divulgar até dez marcas nos locais por onde os foliões vão passar.

Os desfiles marcam o retorno oficial dos blocos de rua após dois anos da pandemia da Covid-19. A prefeitura afirma que a expectativa é que seja a maior festa já registrada da cidade e que deve atrair um público ainda maior que em 2020, quando cerca de 15 milhões festejaram nas ruas.

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