Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Ataques no Rio Grande do Norte passam de 250 em quatro dias

Criminosos reivindicam melhorias no sistema penitenciário, diz Promotoria

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Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo

Desde a última terça-feira (14), ao menos 252 ataques de criminosos foram realizados no Rio Grande do Norte, segundo a Sesed (Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social). O levantamento não inclui os ataques deste sábado (18), que teriam sido sete até as 12h.

A Sesed afirmou que os atentados estão em queda. Na terça, 103 atos criminosos foram registrados. Na quarta (15), o número caiu para 67 e, na quinta (16), para 56. Na sexta (17), um policial penal foi morto em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal.

De acordo com o Ministério Público potiguar, os ataques têm relação com uma união de facções que reivindicam mudanças nas condições nos presídios do estado. Inspeção realizada no fim do ano passado pelo órgão federal Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura apontou prática de tortura física e psicológica nas unidades, com castigos e fornecimento de comida estragada.

Rio Grande do Norte tem dias consecutivos de ataques promovidos por criminosos - Reprodução/16.março.2023

O governo federal transferiu na noite de sexta-feira (17) nove presos do presídio Rogério Coutinho, no Rio Grande do Norte, para o sistema penitenciário federal.

A ação é uma resposta a série de ataques que estão ocorrendo no estado desde o início da semana.

Em nota, o governo federal explicou que a transferência ocorreu a pedido do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte e do governo estadual.

Os presos transferidos foram condenados por homicídio e tráficos de drogas. Com a mudança, eles podem ir para qualquer um dos cinco presídios federais: Campo Grande (MS), Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).

No sistema penal federal, os detentos ficam isolados em celas individuais e tem suas visitas monitoradas.

As nove transferências não foram as primeiras desde que os ataques começaram. José Kemps Pereira de Araújo, líder de uma facção criminosa e suspeito de orquestrar os atos, foi transferido na quarta (15) da penitenciária estadual de Alcaçuz para o presídio federal de Mossoró.

Até o início deste sábado (18), 455 agentes de segurança pública foram cedidos por para dar apoio ao trabalho das forças estaduais. Os reforços foram enviados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com apoio da Força Nacional, da Polícia Rodoviária Federal, e dos estados do Ceará e da Paraíba. Há a expectativa de que mais reforços cheguem nos próximos dias.

Ações realizadas pelas forças de segurança resultaram até o momento em 106 prisões, incluindo 18 presos na Operação Normandia, deflagrada pela Polícia Civil e pela Polícia Federal na sexta-feira (17). No total foram apreendidas 31 armas, 87 artefatos explosivos, 23 galões de gasolina, além de veículos, dinheiro, drogas e munições.

Policial penal morto

Um policial penal foi morto na noite de sexta em um atentado em São Gonçalo do Amarante. Carlos Eduardo Nazário, de 54 anos, estava de folga quando foi abordado por dois homens em uma moto. Ele foi atingido com três tiros no braço, na perna e no tórax, enquanto estava em um comércio do bairro.

O agente foi socorrido e levado para o Hospital Santa Catarina, mas morreu na sala de cirurgia. Policiais militares fizeram operações na região do Jardim Lola, onde ocorreu o crime, mas não localizaram os autores.

Pelas redes sociais, a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), afirmou que percorreu bairros de Natal durante a noite, acompanhando blitze da Polícia Militar e o trabalho da Força de Segurança Nacional, que foi enviada para dar suporte. O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, que desembarcou sexta-feira no estado, acompanhou a governadora.

Os ataques no Rio Grande do Norte afetam pelo menos 21 cidades no estado. Eles consistem na destruição de prédios públicos e veículos.

Em São Gonçalo do Amarante, na grande Natal, a Secretaria de Saúde foi incendiada e R$ 10 milhões em remédios foram perdidos. Diversos ônibus também foram queimados na capital potiguar desde a terça.

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