Prefeitura de SP aumenta atendimento psicológico em 25% nas escolas, mas demanda dobra

Medida foi anunciada pela gestão Ricardo Nunes e também inclui aplicativo com 'botão do pânico' para unidades de ensino

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A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (13) um pacote de medidas para aumentar a segurança e a atenção à saúde mental nas escolas, o que inclui a contratação de 24 novos psicólogos e psicopedagogos.

É um aumento de cerca de 25% na equipe do Naapa (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem), enquanto o número de atendimentos do serviço, em um ano, mais do que dobrou.

As medidas, que também incluem o pagamento de aplicativo com um "botão do pânico" virtual para as escolas, o aumento em 50% da ronda escolar municipal e a contratação de mais 2.000 mães guardiãs (mulheres da comunidade escolar treinadas para auxiliar alunos e acompanhar a frequência nas aulas), foram anunciadas em resposta à onda de ameaças e ataques como os que deixaram pessoas mortas na Vila Sônia, na zona oeste da capital, e em Blumenau (SC), nas últimas semanas. O pacote todo custará R$ 35,4 milhões.

Aluna carrega uma rosa
Estudantes no velório da professora Elisabeth Tenreiro, morta por aluno na escola estadual Thomazia Montoro, em 27 de março - Bruno Santos - 28.mar.2023/Folhapress

De 2021 a 2022, a quantidade de atendimentos feita pela equipe foi de 14,2 mil para 30 mil, segundo dados da gestão Ricardo Nunes (MDB). Usando como base o tamanho atual do Naapa, de 93 profissionais, cada psicólogo ou psicopedagogo atendeu em média 323 casos no ano passado.

Esta será a segunda vez que a prefeitura contrata novos profissionais para o serviço. A primeira foi no ano passado, após a Secretaria Municipal de Educação perceber o grande aumento na demanda por atendimentos relacionados à saúde mental.

Boa parte dos atendimentos não tem relação com casos de violência, segundo o secretário municipal de Educação, Fernando Padula.

"O Naapa já atua na rede [municipal] há muitos anos, o que nos fizemos nesta gestão foi o primeiro aumento de profissionais e agora vamos fazer o segundo", disse Padula. "A gente percebe que também por consequência da pandemia de Covid-19 aumentou a questão de saúde mental e é por isso que nós estamos aumentando o atendimento."

A Secretaria Municipal de Educação diz que o número atual de profissionais é suficiente para a demanda, e que a decisão por ampliar a equipe visa dar mais qualidade aos atendimentos. A pasta ressalta que o Naapa tem equipes multidisciplinares, que não atendem apenas casos ligados a saúde mental. As necessidades dos alunos variam de acordo com a escola, diz o órgão. A secretaria diz ainda não descartar, no entanto, ampliar ainda mais o núcleo caso perceba essa necessidade no futuro.

O botão do pânico deve estar disponível a partir da próxima quarta-feira (19) para todas as escolas do município, inclusive particulares e estaduais. A princípio, o aplicativo poderá ser acessado por membros da direção, mas, segundo a gestão Nunes, a ideia é que em breve todos os professores também possam utilizá-lo.

Segundo a prefeitura, já há integração entre os sistemas de segurança pública estadual e municipal, que dialogam em caso de emergência.

O prefeito Ricardo Nunes disse que, antes, era favorável à instalação de detectores de metal na porta de unidade municipais. A medida foi descartada por enquanto após a gestão municipal consultar a profissionais que trabalham nas escolas e ouvir que o equipamento iria atrapalhar o fluxo de entrada e saída, além de ser inócuo na maior parte do tempo.

"A gente fica querendo fazer tudo", declarou.

A prefeitura também terá um comitê com sete secretarias municipais para discutir a segurança nas escolas. Esse grupo, o Comitê de Proteção Escolar, já se reuniu duas vezes para elaborar um protocolo de ação em caso de atentado. Esse protocolo com orientações deve ser passado às escolas.

Outra função do comitê será orientar as áreas patrulhadas pela ronda escolar municipal. Hoje há preferência para destinar viaturas a regiões de escolas municipais e estaduais —particulares e universidades têm ronda em casos excepcionais. O comitê deve definir e monitorar as áreas mais problemáticas.

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