Descrição de chapéu Governo Tarcísio

Tarcísio anuncia contratação de psicólogos e guardas em escolas e refuta polícia armada

Em visita a colégio atacado, governador e secretários de SP defendem opção por vigilantes sem armas e por 'ambiente de paz'

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São Paulo

O governo estadual de São Paulo optou por responder à onda de ameaças e ataques a escolas sem dar ênfase ao policiamento armado e sem apostar na instalação de equipamentos de segurança como detectores de metal.

Nesta quinta-feira (13), foi anunciada a contratação de 550 psicólogos para atender escolas estaduais e de até mil vigilantes particulares desarmados, além do treinamento de professores para acolher alunos com problemas de saúde mental.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que acredita ser possível resolver o problema com o mínimo possível de mudanças na estrutura da escola.

Estudantes de mochila na frente da escola; no muro, há um cartaz com a mensagem: "Queridos alunos,  sejam bem-vindos!"
Estudantes chegam à escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, que retomou as aulas nesta segunda (10) - Rubens Cavallari - 10.abr.2023/Folhapress

"A gente não quer tornar o ambiente pesado", disse Tarcísio, ao seu questionado sobre a instalação de detectores de metais. "O ambiente da escola tem de ser um ambiente de paz, de alegria."

Segundo o secretário da Educação, Renato Feder, a contratação de até mil vigilantes para as escolas foi uma demanda levantada pelos próprios professores e diretores, em uma pesquisa que ouviu cerca de 25 mil pessoas. O governo afirmou considerar desnecessário que eles estivessem armados.

"A decisão de [os vigilantes estarem] desarmados é, na nossa cabeça, muito clara. O segurança tem uma imposição forte, não precisa da arma", disse Feder.

A decisão vai em direção diferente de municípios da região metropolitana de São Paulo, como Cajamar e São Bernardo do Campo, e de governos de estados como Santa Catarina, que anunciaram a presença de guardar civis e policiais militares portando armas nas portarias e corredores de unidade de ensino.

Estudos e especialistas no tema reforçam que há pouca evidência de que policiamento ostensivo nas escolas previna ataques como os que deixaram mortos na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, e em Blumenau (SC).

Tarcísio, Feder e o secretário da Segurança Pública paulista, Guilherme Derrite, foram na manhã desta quinta à escola estadual Thomazia Montoro, onde uma professora foi morta a facadas no último dia 27, para anunciar uma série de medidas para prevenir novos ataques.

"O vigilante vai estar lá todo dia, não é o cara que vai estar lá num dia de serviço, no outro dia não vai estar", disse o governador. "A gente quer que ele conheça o aluno pelo nome, que esteja lá para receber, na saída, no pátio, e que ele de repente perceba 'poxa, esse aluno está com problemas, esse aluno hoje veio diferente."

"Não temos todos os modelos, não existe certo e errado nisso. Se você me perguntar 'poxa, mas esse é o melhor caminho?', não sei", declarou Tarcísio.

A previsão é que os psicólogos contratados pela secretaria da Educação comecem a trabalhar entre junho e julho deste ano. Cada um dos profissionais deve atender dez escolas, ou seja, duas a cada dia da semana.

Como há mais escolas estaduais do que o número de novos profissionais contratados, tanto os vigilantes quanto os psicólogos serão encaminhados a unidades com os maiores índices de violência em seu entorno e de conflitos entre estudantes.

Treinamento de professores e linha direta

Outra medida é o treinamento de mais 1.800 professores estaduais no Conviva, no qual educadores atendem alunos e família para falar dos problemas da comunidade escolar, inclusive suspeitas de questões de saúde mental.

Hoje o Conviva tem cerca de 500 professores aptos a participar, segundo o governo. Há uma meta de ser chegar a 5.000 professores treinados no futuro.

Derrite disse que, desde o dia do ataque na escola, todo tipo de unidade policial tem reforçado o patrulhamento das rondas escolares, inclusive batalhões de operações especiais e outras forças táticas. Ele anunciou que foram multiplicadas por quatro as vagas para policiais em folga trabalharam na segurança remunerada de escola —foram de 200 para 800.

Além disso, um aplicativo de celular focado na segurança escolar está em fase de homologação e deve estar disponível em breve. Por ele, segundo o governo, será possível reportar suspeitas que devem ser encaminhadas para investigação.

O aplicativo 190 SP, ele ressaltou, já conta com uma função que permite alertar para emergências em escolas, que inclusive permite denunciar anônimas.

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