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24/08/2010 - 21h50

Polícia de Minas prende pichadores por formação de quadrilha

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RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE

A Polícia Civil de Minas prendeu nesta terça-feira seis pichadores de Belo Horizonte por formação de quadrilha. Outros dois estão foragidos.

A Justiça havia decretado a prisão preventiva do grupo, o que pode deixar o grupo --autointitulado de "Os Piores de Belô"-- detido por tempo indeterminado, até que ocorra julgamento.

O enquadramento por formação de quadrilha é incomum para pichadores. A prática costuma ser punida de acordo com a Lei de Crimes Ambientais e tem pena de seis meses a um ano de prisão. Como não é um crime grave, é comum a pena ser substituída por prestação de serviços comunitários.

Já a formação de quadrilha está no Código Penal e pode dar até três anos de prisão. "A gente tenta inibir a sensação de impunidade. Pichar não dá nada, então a nova linha de atuação é tentar comprovar formação de quadrilha", afirmou a delegada Cristianne Moreira, responsável pelas prisões.

Segundo a delegada, o grupo preso ontem era investigado desde 2009. Ela afirmou ter provas de que eles tinham relações pessoais e combinavam pichações em prédios públicos por telefone e sites de relacionamentos.

Com a intenção de limpar e preparar a cidade para a Copa de 2014, órgãos públicos da capital mineira criaram o movimento "Respeito pro BH", o que tem intensificado a repressão à pichação.

OUTRO LADO

Segundo a polícia, os presos, que têm entre 20 e 30 anos, disseram achar "absurdo" serem detidos por "só jogar tinta na parede".

Reclamaram ainda por serem levados à prisão com presos por crimes mais graves. Eles estão em uma unidade por onde já passaram os suspeitos de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes.

A estudante Deborah Dennachin, que estuda pichação em um doutorado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas e conhece os presos, criticou a polícia. "Para quem estuda, eles são top de linha da pichação em Belo Horizonte."

Ela argumentou que a pichação "tem interesse estético e é muito interessante como manifestação artística".

 

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