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28/09/2010 - 15h29

Sem uma testemunha, audiência termina sem depoimento de PMs do caso Mascarenhas

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DE SÃO PAULO

Terminou por volta as 15h desta terça-feira a audiência dos policiais militares Marcelo José Leal Martins e Marcelo de Souza Bigon, acusados de receber propina para liberar Rafael Bussamra, atropelador do músico Rafael Mascarenhas. Os dois não foram ouvidos porque uma testemunha ainda deverá depor.

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A única testemunha de defesa que não compareceu foi o irmão de Bussamra, Guilherme Bussamra, que mora em São Paulo. Como a defesa do cabo não abriu mão do depoimento do rapaz, uma carta precatório deve ser encaminhada para São Paulo. Consequentemente, os acusados ainda não puderam ser ouvidos.

"A testemunha é imprescindível porque o pai, ao prestar depoimento em um primeiro momento, afirmo que o filho estava com ele e em juízo ele deu nova versão e disse que o filho não estava com ele. Já sabedor de que estavam ambos estavam indiciados pelo crime de corrupção. A defesa quer saber se estava ou não", afirmou o advogado Claudenor de Brito Prazeres.

Ainda de acordo com o defensor, ele encaminhará um pedido de habeas corpus para seu cliente amanhã ao Tribunal de Justiça do Rio devido ao não comparecimento de Guilherme Bussamra na audiência. "O endereço fornecido por Guilherme foi da Barra da Tijuca e a defesa seguiu a sua oitiva para o endereço. Se ele se mudou para São Paulo isso não pode prejudicar meu cliente".

Foi ouvido ainda na audiência o jovem André Liberal, que estava no carro do atropelador, como carona, no momento do acidente. Ele afirmou que os PMs ignoraram a vítima e o amassado no carro de Rafael Bussamra, quando o pararam após o atropelamento, em 20 de julho. Ele chegou a confirmar ainda o pagamento de propina, mas retificou a afirmação em seguida, afirmando que a pergunta tinha sido muito rebuscada.

Ele ainda destacou no depoimento que os membros da família Bussamra não pareciam intimidados pelos policiais. Foram ouvidos ainda dois policiais militares e o funileiro Paulo Sérgio Gentile Muglia, dono de uma oficina onde o carro de Bussamra recebeu reparos no dia seguinte ao acidente.

Segundo a denúncia, os dois PMs teriam cobrado R$ 10 mil de propina para liberar o motorista Rafael Bussamra, que atropelou e matou o músico na madrugada do dia 20 de julho, no túnel Acústico, na Gávea, zona sul do Rio.

Testemunhas de defesa dos PMs também devem ser ouvidos nesta terça. Para a juíza, os fatos imputados aos acusados são de extrema gravidade, sendo crimes que revelam uma inversão total dos valores ensinados na formação de um policial militar, o que justifica a custódia cautelar como garantia dos princípios da hierarquia e disciplina.

Osvaldo Praddo-29.jul.10/Ag. O Dia
Atriz Cissa Guimarães faz homenagem ao filho Rafael Mascarenhas no túnel Acústico, no Rio, onde ele morreu atropelado
Atriz Cissa Guimarães fez homenagem ao filho Rafael no túnel Acústico, no Rio, onde ele morreu atropelado

O CASO

Rafael Mascarenhas, 18, morreu após ser atropelado em um túnel na Gávea, zona sul do Rio, no dia 20 de julho. Ele chegou a ser levado com vida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao final do procedimento médico.

O jovem que dirigia o carro que atropelou Mascarenhas, Rafael Bussamra, foi indiciado pela Polícia Civil por suspeita de homicídio com dolo eventual. Ele também foi indiciado por suspeita de corrupção ativa e por mais dois crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro: fraude processual --por ter adulterado provas-- e fuga do local do atropelamento.

Na ocasião, Gabriel Henrique Ribeiro --o motorista do Civic que estava no mesmo túnel com Bussamra no momento do atropelamento-- também foi indiciado por suspeita de homicídio com dolo eventual e por fuga do local. O pai de Rafael, Roberto Bussamra, foi indiciado por suspeita de corrupção ativa e fraude processual, e Guilherme Bussamra, irmão de Rafael, por suspeita de fraude processual --por ter ido até a oficina com o seu pai para consertar o carro logo após o atropelamento.

 

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