Laudo aponta falha humana em acidente que matou nove em Americana (SP)

Um laudo do IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo entregue na última quinta-feira (21) à Polícia Civil apontou que houve falha do motorista do ônibus Alonso de Carvalho, 50, no acidente entre o veículo que ele dirigia e um trem de carga que deixou nove mortos, em setembro último, em Americana (127 km de SP).

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O motorista, diz o laudo, "ignorou completamente a sinalização e as regras de segurança ao adentrar a passagem em nível, sem cancela", no cruzamento da linha férrea com a avenida Carioba, no centro da cidade.

O acidente ocorreu no dia 8 de setembro à noite. Além de nove pessoas mortas, 15 ficaram feridas.

O ônibus municipal da empresa VCA (Viação Cidade de Americana), que levava 28 pessoas, se partiu ao meio após ser arrastado por cerca de cem metros pelo trem de cargas e ficar prensado em outra locomotiva que estava parada em uma linha férrea paralela.

A Polícia Civil de Americana deve concluir o inquérito nos próximos dias e indiciar o motorista sob a acusação de homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal.

Há duas semanas, a Polícia Civil recebeu o resultado da sindicância feita pela ALL (América Latina Logística) --empresa responsável pelo trecho da linha férrea. Segundo a investigação, os sinais luminosos e sonoros instalados na passagem da linha férrea estavam funcionando no dia.

O advogado da VCA, que defende também o motorista, André Nardini Roland, informou que não havia sido comunicado oficialmente sobre o laudo e não comentaria o assunto. Em depoimento, o motorista negou que tivesse visto o trem antes de seguir com o ônibus. Ele continua afastado do trabalho.

PORTÃO

Quase um mês e meio após o acidente, a Prefeitura de Americana anunciou nesta semana que instalará dois portões para evitar o trânsito de veículos pela linha quando vagões passarem pelo local, na avenida Carioba.

A instalação ocorrerá no prazo de 30 dias --um de cada lado da linha do trem. A obra custará R$ 22 mil, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.

Um funcionário da prefeitura ficará responsável por fechar os portões. O servidor também terá de acionar os sinais sonoros e luminosos --que já eram usados no local mesmo antes do acidente.

	Zanone Fraissat - 9.set.10/Folhapress
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