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Eleição para presidência da Câmara de São Paulo já mira 2012
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EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO
A cidade de São Paulo tem 8,5 milhões de eleitores, mas uma disputa com apenas 55 votantes já começa a apontar, com quase dois anos de antecedência, qual será o quadro político da escolha do sucessor do prefeito Gilberto Kassab (DEM) em 2012.
Vereador entra com representação contra prefeito de SP
Trata-se da escolha do vereador que vai presidir a Câmara Municipal no ano que vem. A eleição, marcada para quarta-feira, mobiliza, além dos vereadores, o próprio Kassab e as cúpulas dos principais partidos do país.
É a eleição mais disputada na Câmara em seis anos. Kassab aproveita o momento para tentar se livrar "centrão", o grupo autodenominado independente que detém o controle da Mesa da Câmara desde 2005 e tem causado dores de cabeça ao prefeito.
Com 17 vereadores de partidos como PR, PTB e PMDB e até o DEM de Kassab, o "centrão" é o fiel da balança na Câmara. Aliado ao PT, soma 28 vereadores e impõe derrotas a Kassab. Quando se alia ao PSDB, derrota o PT.
Kassab apoia José Police Neto (PSDB), líder de seu governo na Câmara. O outro candidato é Milton Leite, do partido de Kassab e um dos líderes do "centrão". Não se pode dizer que um é de situação e o outro, de oposição. Os dois são governistas --Leite é, por indicação de Kassab, o relator do Orçamento.
A diferença é que, com a vitória de Police Neto, Kassab passa a negociar apenas com os partidos de sua base. A vitória de Leite mantém a prática atual, adotada pelo "centrão", onde cada vereador negocia sua cota de participação no governo.
Kassab pode estar de saída do DEM para embarcar no PMDB pelas mãos de Michel Temer. Com isso, o prefeito da maior cidade do país sairia da oposição para aderir ao governo federal.
Com essa sinalização, Kassab levou PC do B, PDT e PSB, opositores de seu governo, a apoiar Police Neto na Mesa da Câmara. Não é apenas uma jogada momentânea para derrotar o "centrão". É uma largada para 2012.
Com essas três legendas --que devem ganhar secretarias municipais em 2011-- mais o PMDB, Kassab quer montar uma "terceira via" para sua sucessão. Além disso, o bloco pode se aliar tanto ao candidato do PT quanto ao candidato do PSDB.
Nas contas de Police Neto, ele já tem 29 apoiadores contra 26 de Milton Leite. Para Leite, o tucano leva vantagem, mas com 28 contra 27.
E, como é tradição nas eleições na Câmara, tudo pode mudar de repente. Em 2005, Roberto Tripoli (PV, então no PSDB) só foi escolhido minutos antes da votação e virou o jogo, dado como ganho por Ricardo Montoro (PSDB), apoiado pelo então prefeito José Serra (PSDB).
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