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Vila Cruzeiro, no Rio, "escondia" comunidade de chineses
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SÉRGIO RANGEL
DO RIO
Reduto dos traficantes do Comando Vermelho até o mês passado, a Vila Cruzeiro (zona norte do Rio) escondia também uma comunidade de chineses. Pelo menos dez deles moram ou trabalham na favela.
Os primeiros chegaram há cerca de 15 anos e comandam lanchonetes na região. Com a pacificação da região, eles decidiram investir mais em seus negócios. Um deles decidiu montou uma barraquinha de yakisoba na entrada da favela.
Apesar dos donos e funcionários terem dificuldade para falar português, as lojas dos chineses são movimentadas. A mais famosa é a pastelaria do Hoy, na avenida Nossa Senhora da Penha, a principal via que dá acesso a Vila Cruzeiro.
Há 16 anos no Brasil, Hoy, que não diz seu nome completo, é uma espécie de porta voz do grupo. "Aqui é muito diferente de onde vim, mas é bom para ganhar dinheiro. O Brasil vai crescer como o meu país", afirma. "A diferença é que lá os homens não andam armados e não tem tanta sujeira como nas ruas da favela", acrescentou.
Com dois filhos nascidos no Brasil, mas que moram na China com os avós, Hoy já viu, de sua loja, muitos tiroteios. Mesmo assim, ele garante não ter medo da violência da Vila Cruzeiro.
Rafael Andrade/Folhapress | ||
Chinês é visto na entrada de pastelaria, perto de militares que ocupam a Vila Cruzeiro |
O que o assusta é o calor carioca. Pouco depois do meio dia de terça-feira, com os termômetros marcando acima dos 35ºC, ele foi para os fundos da sua pastelaria, pegou uma latinha de cerveja e bebeu com vontade. "Só assim para suportar esse sol de louco da Penha."
Mais antigo dos chineses da favela, ele é famoso na Vila Cruzeiro. Ele tem a ajuda de um funcionário nascido na favela para ajudar na comunicação. Os três e a mulher de Hoy dividem uma casa de dois quartos na saída do morro.
Um pouco mais adiante, três outros chineses trabalham em uma minúscula pastelaria. Até o mês passado, a área era guardada por traficantes. Com dificuldade para falar português, eles não gostam de dar detalhes sobre suas vidas.
"Não queremos falar nada", disse um deles, sem se identificar, enquanto os outros dois se escondiam rapidamente na pequena cozinha da pastelaria.
"Os chineses nunca se meteram em problema aqui. Além de serem do bem, eles fazem uns salgados bem gostosos e baratos. Meus filhos adoram esse macarrão que os carinhas inventaram aqui na porta da favela", aprova o mecânico Orlando Evangelista, 36, referindo-se a barraquinha de yakisoba, que abre no final da tarde e só fecha de madrugada. O prato mais caro custa R$ 6.
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