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15/01/2011 - 15h20

É assustador, diz governador do RJ ao presenciar destruição em estrada durante viagem

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FELIPE CARUSO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA FRIBURGO

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sentiu hoje na pele o efeito das chuvas na região serrana. Com visita programada a Nova Friburgo para as 11h, ele não conseguiu pousar na cidade de helicóptero e teve que descer em Cachoeiras de Macacu, a 40 km.

Acompanhe a situação das estradas
Militares buscas vítimas em área de difícil acesso
Resgates foram coordenados por rádio amadores
Veja tragédias causadas pela chuva no país
Saiba como fazer doações para as vítimas das chuvas
Veja imagens dos estragos no Rio
Veja cobertura sobre chuvas na região serrana do Rio

No meio do caminho, na rodovia estadual RJ-116, caiu uma chuva forte e houve um deslizamento abaixo do nível do asfalto, que começou a se desfazer. "É assustador. De repente a água vem e a estrada que estava semibloqueada começa a ruir", disse Cabral ao chegar a Nova Friburgo, às 14h15 de hoje.

O tráfego na estrada, que estava em meia pista, foi totalmente interrompido.

Cabral visitou o hospital de campanha montado pela Defesa Civil do Estado, conversou com desabrigados e disse que falou hoje com a presidente Dilma Rousseff.

Afirmou que sugeriu à presidente que o governo exija que as prefeituras deem prioridade às famílias que moram em áreas de risco no cadastramento para o programa federal Minha Casa, Minha Vida. Dilma, segundo ele, teria aprovado a sugestão.

Cabral não anunciou a liberação de mais verbas. Disse que os R$ 100 milhões cuja liberação foi anunciada na sexta-feira são para os trabalhos de emergência, de atendimento às vítimas da tragédia.

Na sexta-feira (14), o governador, assinou decreto de luto oficial no Estado do Rio de Janeiro por sete dias pelas vítimas das chuvas em cinco cidades da região serrana. O decreto entra em vigor na próxima segunda (17), quando será publicado no "Diário Oficial".

Editoria de Arte/Folhapress

ESTRAGOS

Após os estragos causados pela chuva, ainda falta luz em áreas de Nova Friburgo (RJ), o que prejudica o resgate de vítimas da chuva em algumas regiões. Poucos comerciantes se arriscaram a abrir as portas neste sábado, enquanto outros optaram em permanecer fechados com medo de saques. Voltou a chover hoje.

Bombeiros, policiais e voluntários não param e circulam de uma ponta a outra da cidade com veículos em alta velocidade. A cidade tem mais de 250 mortos, 5.200 desabrigados --que perderam as casas e dependem de abrigos públicos-- e ao menos 5.000 desalojados --temporariamente na casa de amigos e parentes. A estimativa é de cerca de 250 desaparecidos em Petrópolis.

A correria dos resgates e os corpos que não param de chegar aos IMLs improvisados mostram um cenário desolador. Mesmo com a chuva intensa no início da tarde, moradores caminham desorientados pelas ruas. Eles queriam saber de jornalistas e autoridades o número oficial de mortes.

As capelas do cemitério do centro da cidade permaneciam lotadas e com um cheiro forte devido à grande quantidade de corpos que não param de chegar.

A prefeitura anunciou a desapropriação de um terreno para a construção de 3.000 unidades habitacionais, em parceria com o governo do Estado.

Bruno Domingos/Reuters
Militares auxiliam trabalho de busca e resgate em Teresópolis; veja imagens
Militares auxiliam trabalho de busca e resgate em Teresópolis; veja imagens

VELAS

Sem energia elétrica há quatro dias, a prefeitura apela a fabricantes de velas para que façam uma doação do produto para a cidade. Segundo a assessoria, cerca de 70% do município já têm o serviço de energia restabelecido, porém há bairros e distritos inteiros onde moradores sofrem com a falta de energia.

A escuridão em determinadas regiões também dificulta o trabalho de resgate das vítimas e de limpeza das casas e das ruas. De acordo com a prefeitura, o estoque de velas nos mercados da cidade já terminou.

A Polícia Militar solicita doações de leite e fraldas em postos municipais. Concessionárias de vias próximas informaram que também recebem doações em pedágios.

Felipe Dana/AP
Pessoas caminham por rua cheia de lama em Nova Friburgo; veja outras imagens
Pessoas caminham por rua cheia de lama em Nova Friburgo; veja outras imagens

VÍTIMAS

Segundo último balanço da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil, as mortes ocorreram em Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira o envio de R$ 100 milhões para ajudar as cidades serranas do Rio, informou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O dinheiro faz parte de um total de R$ 780 milhões liberados por Dilma, por meio de medida provisória editada na quarta-feira (12), para as cidades e Estados prejudicados pelas chuvas.

RISCO

Reportagem publicada na edição deste sábado da Folha mostra que um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense.

A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.

O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.

O secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o mapeamento de áreas de risco foi feito, faltando "apenas" a retirada dos moradores, e que os parques florestais da região também foram ampliados.

 

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