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Vítimas de massacre recebem homenagens na praia de Copacabana
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LUIZA SOUTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O movimento Rio de Paz vai realizar hoje um ato público na praia de Copacabana (zona sul do Rio) para reivindicar o combate ao tráfico de arma e munição. O evento está marcado para começar as 15h, em frente à avenida Princesa Isabel, e vai homenagear os adolescentes mortos em uma escola municipal de Realengo, zona oeste do Rio, na última quinta-feira (7).
Só bullying não é capaz de explicar massacre no Rio
Abraço pede paz e homenageia vítimas de massacre
Casa de atirador tem muro pichado e portão arrombado
Leia carta deixada pelo atirador
Veja galeria de fotos da escola
Leia cobertura sobre o massacre em Realengo
"Tentamos entender o que pode levar um ser humano a cometer tamanha maldade. Há uma tarefa mais fácil de ser cumprida por nós cidadãos cariocas. Trata-se do trabalho de investigar como homens perversos podem tão facilmente obter arma e munição para interromper vidas humanas. O comércio ilegal de ambas as coisas é o principal meio encontrado por criminosos para disseminar desgraça", escreveu Antônio Carlos Costa, presidente do Rio de Paz, em seu blog.
Serão levadas 12 bandeiras brasileiras manchadas de tinta vermelha, que serão penduradas em varais, simbolizando, nas palavras da presidente Dilma Roussef, os brasileirinhos assassinados pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23. O ato público será encerrado com uma demonstração de compaixão pelas famílias das vítimas.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Abraço coletivo em frente à escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio |
ARMA
A polícia prendeu dois homens acusados de vender um revolver calibre 32 a Wellington Menezes de Oliveira, 23, atirador do massacre em uma escola do Rio. Ontem, eles foram transferidos ao presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio.
A prisão do chaveiro Charleston Souza de Lucena, 38, e do segurança desempregado Izaías de Souza, 48, aconteceu na última sexta-feira (8). Em depoimento, eles confessaram terem intermediado a venda da arma para Wellington.
Lucena, que tem um quiosque nas proximidades da casa de Wellington, em Sepetiba (zona oeste), disse que o atirador lhe perguntou se conhecia alguém que pudesse lhe fornecer uma arma para se proteger, já que morava sozinho.
No ataque à escola, Wellington matou 12 estudantes e feriu outros 12 ficaram. Dez permanecem internados, sendo alguns em estado grave. A polícia ainda não sabe como o atirador obteve o outro revólver, de calibre 38, também usado no crime.
TIROS
A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira, após Wellington Menezes de Oliveira, 23, entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.
Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.
Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.
Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.
A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.
A escola atende estudantes com idades entre 9 a 14 anos --da 4ª a 9ª série, segundo a Secretaria Municipal da Educação. São 999 alunos, sendo 400 no período da manhã.
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