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Câmara de SP aprova túnel que prolonga a av. Roberto Marinho
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JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
A Câmara de São Paulo deu aval ontem, em primeira votação, ao projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab que prevê a construção de um túnel de 2.350 metros prolongando a avenida Jornalista Roberto Marinho (zona sul) até a rodovia dos Imigrantes.
Foi a terceira tentativa do prefeito, que precisava de 2/3 dos 55 votos da Câmara para aprovar o projeto --foram 39 vereadores a favor, 11 contrários e duas abstenções.
No início de junho, o líder de Kassab, Roberto Tripoli (PV), pediu o encerramento da sessão, sob protestos da oposição, porque não teria os votos necessários. Na semana passada, a proposta foi a votação, mas só obteve o apoio de 32 parlamentares.
O projeto atualiza lei de 2001, sancionada na gestão Marta Suplicy (PT), que criou a Operação Urbana Água Espraiada, conjunto de intervenções viárias, ambientais, sociais e urbanísticas em bairros como Jabaquara, Campo Belo, Brooklin, Morumbi e Santo Amaro.
A principal diferença é o túnel, que não existia no projeto original. Mas a proposta de Kassab também inclui um parque linear de 600 mil m2 --72 campos de futebol-- e a remoção de 16 favelas --está prevista a construção de até 10 mil moradias populares.
A proposta prevê ainda a extensão em 3,4 km da av. Chucri Zaidan --entre o shopping Morumbi e a av. João Dias (Santo Amaro)-- e a construção de uma nova ponte sobre a marginal Pinheiros, na região do parque Burle Marx (Morumbi).
O projeto, que pode consumir perto de R$ 4 bilhões, foi aprovado ontem sob protestos de moradores.
A maior crítica é que Kassab vem tocando o projeto à sua maneira mesmo antes da aprovação na Câmara e que as desapropriações estão sendo impostas sem discussão com a população. Uma única audiência pública foi feita, em novembro de 2009.
A Amea (Associação dos Moradores do Entorno do Aeroporto de Congonhas) questiona o projeto na Justiça.
Entre outras coisas, a entidade pede que a prefeitura suspenda qualquer intervenção até adaptar o projeto ao que está previsto em lei e elabore novo estudo de impacto ambiental, já que houve mudanças nas intervenções.
O Cades (conselho municipal do meio ambiente) já aprovou o estudo, mas a concessão da licença prévia estava subordinada à aprovação do projeto pela Câmara. A segunda votação pode ser hoje.
A Operação Urbana Água Espraiada é financiada pelos Cepacs, títulos emitidos pelo município e negociados com empreendedores imobiliários em troca da aprovação da utilização de área acima dos limites permitidos pela lei de ocupação do solo.
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