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Luiz Mônaco (1943-2011) - Defensor das vítimas do fumo
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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Por onde o advogado Luiz Carlos Martins Mônaco andava por São Paulo, no fim dos anos 90, um sujeito desconhecido ia atrás. Até filmado percebeu que estava sendo.
Em 2008, a Folha revelou que Mônaco e o amigo Mário Albanese, também da Adesf (Associação de Defesa da Saúde do Fumante), foram espionados por fabricantes de cigarro. Em 1995, os dois foram responsáveis pela primeira ação coletiva contra a indústria do fumo no país.
A advocacia foi uma atividade a qual ele se dedicou tardiamente. Antes de fazer 20 anos, o paulistano montou uma empresa química que produzia a cera Tacolac.
Era esportista, frequentador do clube Pinheiros e praticante do judô e da natação, como conta o filho Fernando.
O interesse pelo direito começou por causa do envolvimento que tinha com a área jurídica de sua empresa. O negócio faliu em 1975, mas Mônaco pouco depois abriu outro, que existe até hoje.
Com mais de 40 anos, formou-se em direito e passou a trabalhar na área. Após conhecer o também advogado Mário Albanese, engajou-se na questão do cigarro.
Baseada no Código de Defesa do Consumidor, a ação dizia que a indústria enganou os consumidores escondendo os malefícios do fumo.
A Adesf conquistou vitórias, como quando, em 2000, o STJ determinou que a indústria tabagista precisava provar que trazia benefícios. No mês passado, porém, a Justiça inocentou as empresas. A Adesf vai recorrer.
Mônaco lutava ainda contra um tumor no intestino. Morreu na terça (21), aos 68. Deixa dois filhos e dois netos.
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