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02/08/2011 - 22h07

Concurso para defensor no AM é anulado por suspeita de fraude

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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

Um concurso para defensor público do Amazonas foi anulado nesta terça-feira (2) pelo governo estadual após a Promotoria apontar suspeitas de fraude.

Segundo o Ministério Público do Estado, passaram na seleção, com notas idênticas (80 pontos), filhos de defensores públicos e de secretários municipais, além do irmão do superintendente regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

A Polícia Civil amazonense apreendeu hoje malotes de provas violados, computadores e documentos na empresa Instituto Cidades, que realizou o concurso.

Também foram realizadas buscas na casa de Tibiriça Valério de Holanda Filho, que é filho do defensor público geral, Tibiriça Holanda.

Ao menos 5.000 candidatos realizaram a prova para as 60 vagas abertas de defensor público. Cada inscrição custou R$ 200.

Com matriz em Fortaleza, o Instituto Cidades ganhou R$ 1 milhão com as inscrições do concurso, segundo o Cao-Crime (Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Amazonas.

A empresa organiza no momento concurso público da Prefeitura de Manaus.

Segundo o Cao-Crime, além de Tibiriça Valério de Holanda Filho, são investigados por suspeitas de fraudes nas provas Newton Sampaio de Mello (irmão do subdefensor público geral, Wilson Mello), Luiz Domingos Zahluth Lins (irmão de Afonso Lins, superintendente do Dnit do Amazonas) e Américo Gorayeb Neto (filho do secretário municipal de Obras, Américo Gorayeb).

O promotor Alberto Nascimento Júnior disse à Folha que a suspeita é de que a empresa tenha dado acesso prévio às provas a um seleto grupo de pessoas. "Os indícios são fortes que a empresa favoreceu pessoas que passaram no concurso."

OUTRO LADO

O Instituto Cidades informou que não foi notificado pela Promotoria e, por isso, não se pronunciaria sobre o caso hoje.

A família de Tibiriça Valério de Holanda Filho negou envolvimento na suspeita de fraudes. "Ele sempre foi um ótimo aluno, um menino dedicado, estão denegrindo sua imagem", disse Valdete Holanda, mulher do defensor público geral, em entrevista à rádio CBN Manaus.

O secretário municipal de Obras, Américo Gorayeb disse que dois filhos seus fizeram concurso e só Américo Gorayeb Neto passou.

"Ele passou sem ajuda de ninguém. Estou falando como pai indignado. É uma insensatez do Ministério Público", disse o secretário.

Os demais suspeitos não responderam as ligações da reportagem.

MATO GROSSO

Em Mato Grosso, o Ministério Público Estadual tenta desde o mês de junho reverter a suspensão das atividades em oito núcleos da Defensoria Pública no interior do Estado e a redução na capacidade de atendimento em outros dois núcleos.

A Promotoria propôs dez ações de improbidade administrativa contra o defensor público geral do Estado, André Luiz Prieto, alegando que as medidas violam "o princípio da continuidade do serviço público".

Duas liminares foram concedidas em primeira instância, mas revogadas pelo Tribunal de Justiça.

A Defensoria disse que a suspensão é temporária e se deve à "impossibilidade orçamentária de se nomear novos defensores públicos".

Colaborou RODRIGO VARGAS, de Cuiabá

 

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