Militante do PC do B, atuou em movimentos estudantis e tinha bandeiras feministas. Com a forte repressão, trancou a faculdade, mudou de ares e se tornou cearense de coração. "Foi de letras para educação física", brinca o marido, Jorge, se referindo às corridas para despistar o governo.
Sagaz, mudou de nome para sobreviver e sempre estava com o visual diferente --a filha, Juliana, foi registrada somente aos seis anos, após a Lei da Anistia. Ainda na mesma época, com amigos, criou o grupo Crítica Radical, oficializado nos anos 2000 e ainda na ativa.
Anos depois, foi para o PT e, em pouco tempo, decidiu seguir como militante independente em Fortaleza. Cidadã global, participou de movimentos mundo afora. Entre eles, o Occupy Wall Street, que ocorreu em 2011 nos Estados Unidos e, por aqui, das manifestações de junho de 2013.
Célia era dura, mas, não perdia a ternura, lembra a amiga Rosa Fonsêca. Costumava filosofar enquanto fumava ou bebia cerveja entre os amigos. Também gostava de passear com o neto pequeno. "Ela era muito legal, bonita, sensível, uma companheira fantástica", diz o marido.
Muito ligada às artes, recentemente planejava trabalhar com direção teatral.
Recebeu o diagnóstico de leucemia e morreu menos de uma semana depois, no dia 27, aos 68. Deixa o marido, a filha, um neto e quatro irmãos.
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