Dono de uma voz bonita e marcante, o radialista Everaldo Schmidt foi intenso na vida e nas ondas do rádio.
Nascido em Santa Maria (RS), aos 16 anos fugiu de casa e realizou o sonho de viajar ao Rio de Janeiro de trem.
Como não tinha dinheiro, pagou a viagem lavando pratos durante o trajeto. No Rio, conseguiu uma oportunidade na Super Rádio Tupi. Também foi lá que conheceu a primeira esposa.
Após um ano de residência, retornou a Santa Maria e solidificou-se como apresentador.
Durante a carreira em sua terra natal, Schmidt teve passagens por rádios locais como Nativa FM, Imembuí, Guarathan e Medianeira.
Na Nativa FM, deu ao programa Domingo Nativo o título de líder de audiência. O filho, o também radialista Matheus Schmidt, 23, conta que o programa de seu pai chegou a ser campeão de anunciantes da emissora.
“Meu pai era intuitivo e bastante criativo. Ele ajudava todo mundo. Usava o seu espaço no rádio para promover campanhas de solidariedade e para arrecadar donativos a entidades que cuidam de crianças carentes e com câncer. Também criava eventos com cantores regionalistas do Rio Grande do Sul.”
Segundo o filho, fora dos microfones Schmidt vivia para a família, para ajudar pessoas e para jogar bocha com amigos. “Meu pai era capaz de se prejudicar para ajudar alguém.”
Os sintomas da hepatite começaram a aparecer há dez anos, quando se ausentou do rádio, mas não do trabalho. “No período, apresentou vários festivais, produziu CDs e promoveu eventos.”
Everaldo Schmidt morreu no dia 20 de agosto, aos 64 anos, por complicações de hepatite. Deixa esposa, cinco filhos e duas netas.
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