O veterano da Segunda Guerra mundial Vicente Pedroso da Cruz nunca se interessou pela carreira militar, mas entre os anos de 1944 e 1945 viveu 240 dias na Itália, em defesa do Brasil.
Assim que retornou, mudou-se de Guaxupé (MG) para o bairro do Ipiranga, zona sul da capital paulista.
As memórias na FEB (Força Expedicionária Brasileira) foram contadas no livro “Os Caminhos de um Pracinha”, escrito por ele de forma independente e lançado em 2008 e em 2014.
Vicente tinha paixão pelo direito, mas a crise financeira fez com que sua formação profissional ficasse restrita a um curso de contabilidade.
O livro diz muito sobre seu jeito de ser. Em meio à guerra, Vicente olhou para o convívio entre os combatentes brasileiros e italianos, as relações pessoais e o companheirismo.
“Meu avô sempre foi cativante, generoso, bondoso e cheio de fé. Ele gostava de ajudar todo mundo”, diz a neta, a advogada Raquel da Cruz Lima, 32.
Apaixonado por gastronomia, a polenta de castanha consumida na Itália também marcou sua lembrança. O fato de o pai ter sido padeiro fez com que criasse um vínculo grande com a comida.
Após a morte da esposa, Vicente assumiu a responsabilidade pela cozinha. “Meu avô adorava fazer bolos e pães.”
Moderação e equilíbrio pautaram sua vida até os 98 anos. “Ele cuidava da saúde e não cometia exageros. Tudo tinha que ser com moderação, até a comida.”
Vicente Pedroso da Cruz morreu no dia em que completou 98 anos, em 17 de agosto, por complicações de um câncer no pulmão. Deixa duas filhas, uma neta e um bisneto
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.