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Ribeirão Preto

21/10/2012 - 07h00

Perfil - Duarte Nogueira: o agroboy quer ser prefeito

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DE RIBEIRÃO PRETO

Menino que cresceu ao lado do clube da elite de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) na década de 1960, Antonio Duarte Nogueira Junior já foi agroboy, collorido e chegou ao ápice de sua carreira política até aqui como líder da oposição na Câmara Federal, no ano passado.

Tenta provar ao eleitor ribeirão-pretano que hoje, aos 48 anos, está pronto para alçar voos mais altos e chegar ao comando do Executivo de sua cidade natal.

Já tentou duas vezes ser prefeito. Fracassou em ambas para o petista e ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil e Fazenda), que o derrotou em 1992 e 2000 --ano em que Nogueira nem sequer conseguiu ser o segundo colocado, posição ocupada pelo ex-vereador Antonio Morandini (PFL).

As derrotas nessas duas eleições para a prefeitura reforçam a imagem de que ele tem mais perfil de parlamentar e pouco de Executivo, o que ele sempre negou.

Em parte, ele ameniza essas críticas explorando a herança política que recebeu do pai, Antonio Duarte Nogueira (1937-90), prefeito de Ribeirão por duas vezes (1969-73 e 77-83) tido por muitos como um dos melhores --até o adversário João Gandini (PT) o elogia publicamente.

A estratégia do tucano é passar a imagem para o público que ele aprendeu a governar em casa. A cola na imagem do pai nem sempre dá certo. Ironicamente, fala-se na cidade que o tucano puxou mais à mãe, Nair Guilhermina Pinheiro Nogueira.

Um jornalista veterano de Ribeirão afirma que falta ao filho a formação política do pai. O deputado, alega o repórter, não tem a visão de futuro do pai.

PASSADO COLLORIDO

Outra crítica a Nogueira é seu passado com variação de partidos. Antes de se fixar no PSDB, foi do PFL, PTB e Partido da Juventude, rebatizado de PRN em 1989 para eleger naquele ano o presidente Fernando Collor de Mello.

Nogueira foi um dos coordenadores regionais da campanha de Collor, presidente deposto do cargo em 1992.

"Foi uma fase da juventude. Houve toda aquela empolgação e depois decepção enorme", justificou numa entrevista à Folha em 2011.

VAZIO TUCANO

Apesar das críticas, não há como negar que Nogueira tem um perfil de diálogo --demonstrou isso na sabatina Folha/UOL, onde se defendeu de várias críticas mantendo o mesmo tom-- e parece saber agarrar as oportunidades que lhe aparecem.

Uma delas foi aproveitar a ausência em Ribeirão de lideranças tucanas antenadas com a cúpula paulistana. Isso chegou a ocorrer na cidade que é uma das mais ricas do país --ambiente propício para quadros do partido.

De olho na máxima segundo a qual, em política, não existe espaço vazio, Nogueira filiou-se ao PSDB em março de 1999, com o aval do então vice-governador Geraldo Alckmin, que veio a Ribeirão para oficializar o registro.

Da sua formação --engenheiro agrônomo-- e profissão --agricultor e pecuarista--, Nogueira assumiu também a posição de ruralista na Assembleia e na Câmara.

Durante as discussões sobre o Código Florestal, uma das críticas mais comuns ao tucano é sua ligação com setores contrários à preservação do meio ambiente --o que ele nega com veemência.

'PAPAGAIO DE PIRATA'

Nem sempre, porém, teve a projeção nacional alcançada em 2011. Na década de 90, recebeu --injustamente, segundo ele-- a alcunha de "papagaio de pirata". Explica-se: sempre que um tucano visitava Ribeirão Preto, Nogueira saía nas fotos e imagens de TV ao fundo das autoridades.

"Se eu tenho identificação com pessoas do partido, é natural que eu seja visto com elas quando vão à minha cidade. Estranho seria se eu aparecesse, aí sim, como papagaio de pirata ao lado do Lula ou da Dilma", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress
 

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