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Ribeirão Preto

11/11/2013 - 13h53

Padrasto via Joaquim como 'empecilho', diz mãe do garoto à polícia

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GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO
ISABELA PALHARES
ENVIADA ESPECIAL A SÃO JOAQUIM DA BARRA (SP)

O menino Joaquim Ponte Marques, 3, era visto como "empecilho" pelo padrasto Guilherme Raymo Longo, 28, no casamento com a mãe da criança, Natália Mingoni Ponte, 29.

A declaração foi feita por Natália em depoimento à Polícia Civil de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) neste domingo (10), de acordo com o promotor Marcus Tulio Alves Nicolino.

Segundo Nicolino, que acompanhou o depoimento, Natália afirmou que era vítima de ameaças de agressão do marido há algum tempo e que já pensava em se separar dele, principalmente após ter descoberto que Longo voltou a usar cocaína.

O padrasto culpava Joaquim pelos desentendimentos com a mulher. Num momento de raiva, segundo Natália, o marido ameaçou jogar o filho do casal, um bebê de quatro meses, contra a parede, caso ela se separasse.

"Três dias antes do sumiço do garoto, houve uma briga e ele ameaçou se matar. [Longo] disse que Natália ficaria, assim, com um pedaço do filho dele e um pedaço do filho do outro", disse Nicolino, referindo-se ao pai de Joaquim, Artur Paes.

O avô materno de Joaquim, Vicente Ponte, disse à Folha durante o velório que, se soubesse que o genro usava drogas, teria levado a criança para morar com ele e a avó em São Joaquim da Barra (382 km de São Paulo).

"Não sabia que ele usava drogas e não sabia como era o relacionamento deles [Natália e Guilherme]. Também nunca soube de agressões à Natália", disse Ponte. "Não sei mais o que pensar da relação dos dois", afirmou, após contar sobre a identificação do corpo do neto.

INSULINA

O promotor não descarta a hipótese de Joaquim ter sido morto por excesso de insulina no sangue. Segundo ele, na última sexta-feira (8), Natália levou a caneta de insulina usada no filho, portador de diabetes, para a Polícia Civil. Na ocasião, Longo confessou que teria se autoaplicado 30 doses de insulina --no dia anterior, no entanto, ele afirmou que fora duas doses.

De acordo com depoimento da mãe, tanto ela quanto o marido aplicavam as insulinas em Joaquim a cada sete horas.

"Provavelmente a mãe se sentia intimidada pelo marido. Ela viu o corpo do filho e agora, mais segura, talvez decida fornecer mais informações", afirmou o promotor.

A polícia também apura as possibilidades de morte por envenenamento ou agressão.

O advogado de Longo, Antonio Carlos de Oliveira, afirmou que não teve acesso ao inquérito policial e não poderia comentar as acusações de Natália. Ele disse que se reunirá com a juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra dos Santos, que negou o primeiro pedido de prisão temporária ao casal, para que possa ter acesso aos documentos e faça o pedido de revogação da prisão de Longo.

 

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