Alckmin defende reorganização de escolas e diz que há conservadorismo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu nesta quinta-feira (29) a reorganização nas escolas paulistas e disse que os protestos realizados contra o "fechamento" de 94 unidades no próximo ano refletem o conservadorismo da sociedade diante de mudanças.
"É normal, natural [os protestos]. Nós, às vezes, somos muito conservadores. Sempre quando você vai mudar uma coisa há uma reação. Mas qual o objetivo [da reorganização]? É melhorar a qualidade da escola pública", disse Alckmin.
O tucano esteve em Nova Odessa, na região de Campinas (SP), pela manhã, para participar da entrega de moradias populares feitas em parceria com o governo federal. A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia por meio de uma transmissão simultânea de TV.
Reportagem da Folha publicada nesta quinta mostrou que as 94 escolas a serem fechadas registraram indicadores negativos nas últimas avaliações feitas pelos governos.
Infográfico: Desempenho das escolas 'fechadas'
De acordo com o governador, há recomendações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para a criação de escolas de ciclo único –com alunos separados por ensino infantil, fundamental e médio. A medida contribuiria para elevar os indicadores da educação.
"Nós estamos fazendo o que foi recomendado, que é o correto, que é necessário. Há um conservadorismo. A gente precisa inovar, precisa fazer aquilo, precisa explicar direitinho e fazer o que precisa ser feito", disse Alckmin. Não houve protestos no local.
Questionado se a reorganização terá continuidade –num primeiro momento, a medida provocaria a mudança de 2 milhões de alunos de escolas, mas agora ficou em 311 mil transferências, o tucano disse que primeiro seria implantada a etapa atual.
Das 94 escolas que serão "fechadas", 25 estão na capital, 30 na Grande São Paulo e 39 no interior. Segundo o governo paulista, 66 serão repassadas para a rede municipal ou serão aproveitadas pelo Estado para outras finalidades educacionais. O restante, 28, tem destino incerto.
Para a coordenadora-geral da ONG Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, o governo tem o mérito de buscar a racionalização dos recursos ao reorganizar sua rede.
A professora da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Angela Soligo vê "com preocupação" as mudanças implementadas pela gestão Alckmin e diz que o Estado deveria aproveitar que tem diminuído o número de estudantes no ensino básico para reduzir também o tamanho das turmas . E não fechar escolas.
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