Descrição de chapéu sustentabilidade

Humanas, biológicas e exatas se cruzam em pós de sustentabilidade

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entender a sustentabilidade de forma global é a tônica dos cursos de pós-graduação oferecidos pelas universidades estaduais de São Paulo.

Os mestrados e doutorados mesclam estudos técnicos e teóricos e aulas nas disciplinas de ciências exatas, biológicas e humanas.

No programa integrado de doutorado em bioenergia, a proposta vai além da interdisciplinaridade. O curso é um projeto criado e ministrado em conjunto pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e USP (Universidade de São Paulo).

Crédito: Keiny Andrade/Folhapress SAO PAULO, SP, BRASIL, 03-01-2018, 09h30: Retrato de Eduardo Adas, fundador da Soap, empresa especializada em comunicacao corporativa, eles fazem apresentacoes de grande complexidade para empresas, de startups a gigantes como a Ipiranga. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, FSP-SUP-ESPECIAIS) ***EXCLUSIVO***
Bruno Labate, 35, doutorando do programa integrado em bioenergia

O aluno pode ingressar em qualquer uma das três instituições e assistir às aulas tanto presencialmente quanto por videoconferência.

Uma disciplina oferecida em Campinas, no campus da Unicamp, por exemplo, é seguida por alunos da capital, na USP, ou em Rio Claro, também no interior do Estado, no campus da Unesp.

O curso é todo ministrado em inglês. "A ideia é atrair um grande número de alunos estrangeiros, ser o mais internacional possível", diz Andreas Gombert, coordenador-geral do doutorado.

PARCERIA

O doutorado em inglês também prepara o aluno para interagir com a comunidade internacional, aumenta a visibilidade das teses produzidas e facilita a troca com universidades de outros países, segundo Gombert.

O diploma é reconhecido pela Universidade de Delft, na Holanda. A instituição mantém uma parceria com as universidades participantes do programa integrado de bioenergia e os alunos podem ter a tutela de orientadores holandeses.

Isso abre possibilidades para quem pretende seguir carreira no exterior, como Felipe Ferrari, 30. Mestre em engenharia química, Ferrari vê o doutorado como um caminho para atuar em uma área de importância global, como a sustentabilidade.

Bruno Labate, 35, também tem planos de atuar fora do Brasil. Pretende continuar na área acadêmica, trabalhando em universidades, mas diz não estar fechado para oportunidades na indústria.

"O doutorado me qualifica para eu conseguir melhores cargos, seja na academia ou na indústria. Além de fazer o que eu gosto, pesquisa básica, invisto na minha carreira", diz Labate.

MULTIDISCIPLINAR

O ponto forte do mestrado e doutorado em ecologia aplicada da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) é a multidisciplinaridade, segundo Paulo Eduardo Moruzzi Marques, vice-coordenador do programa.

"Muitos alunos vêm das ciências agrárias e da biologia e querem aprofundar seu olhar sobre a ecologia do ponto de vista das ciências humanas", diz Marques.

Para ele, a visão abrangente é fundamental para a inserção no mercado de trabalho. "Uma parte dos alunos continua a carreira acadêmica, mas uma boa parte vai trabalhar em ONGs e agências governamentais", diz.

Marques ressalta que a Esalq é referência na área de ciências ambientais e que o programa de mestrado e doutorado é um dos poucos na área com nota máxima da Capes. Por meio da fundação, são oferecidas duas bolsas por ano para o pós-doutorado em ecologia aplicada.

Também multidisciplinar, o programa de mestrado e doutorado em sustentabilidade da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) da USP é apoiado em duas linhas de pesquisa: ciência e tecnologia ambiental e gestão ambiental.

O objetivo é capacitar profissionais de qualquer área para a pesquisa e implementação de ações voltadas ao uso sustentável dos recursos naturais.

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