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Vestibular no meio do ano jornalismo

Notícia falsa pode representar armadilha para vestibulandos

Professor recomenda checagem da fonte da informação e busca de outras referências

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Ratoeira de metal com isca de queijo
Professor alerta para armadilha que as notícias falsas podem representar no desempenho dos vestibulandos - Eduardo Knapp/ Folhapress
Renan Miranda

“O papa Francisco declarou apoio a Donald Trump nas eleições.” A notícia é falsa e foi amplamente divulgada nas redes sociais em meio às eleições presidenciais dos Estados Unidos. Cabem algumas perguntas no atual cenário de “fake news”. 

A quem interessaria apoiar a fabricação desses dados? E, o mais importante, será que apoiadores de Trump se interessariam em propagar a notícia? Se algo reafirma as crenças que as pessoas têm da realidade, é mais provável que acreditem e compartilhem.

Em meio às eleições presidenciais no Brasil em 2018, este é um dos cenários de discussões envolvendo as notícias falsas. No calor da polêmica, a temática poderá estar presente em vestibulares sob a forma de um tema de redação, uma questão de história envolvendo as estratégias de propaganda do nazismo ou de geografia, sobre as relações entre globalização e circulação de informações na era digital. Nestes casos, a qualidade do repertório dos estudantes será posta à prova.

Mas as “fake news” também carregam armadilhas de repertório. Imagine um tema de redação sobre violência urbana e que a coletânea traga uma notícia sobre a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). 

O assassinato de Marielle alimentou diversas mentiras travestidas de jornalismo. A “fake news” que afirmava que Marielle seria ex-mulher do traficante Marcinho VP espalhou-se rapidamente nas redes sociais e em grupos de familiares no aplicativo de WhatsApp. 

Segundo pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo, metade dos boatos que circularam no WhatsApp sobre a vereadora carioca ocorreu em grupos de família.

Um vestibulando poderia sentir-se seduzido a usar essa suposta informação em sua argumentação para abordar a trama de relações envolvendo a violência urbana. 
A falta de uma pesquisa sobre as fontes da notícia poderia custar caro ao candidato. Independentemente de suas escolhas ideológicas, pontos importantes em sua luta por uma vaga à universidade seriam subtraídos por uma atenta banca examinadora.

Checar a fonte dos dados e buscar outras referências é uma das marcas da vida acadêmica e do trabalho daqueles que almejam a tão sonhada vaga na universidade. 

Segundo a agência Lupa, especializada na checagem deste tipo de informação, a notícia das relações entre Marielle e Marcinho VP era falsa e seria fácil verificar os dados.

A Macedônia ficou conhecida nos círculos internos da mídia como a capital mundial das “fake news” e teve papel importante nas eleições norte-americanas.

Em depoimento à GloboNews para o programa “Que mundo é esse?” um jovem macedônio, produtor de notícias falsas, ensina um caminho para escapar da enxurrada de maledicências que marca este início de século 21. “As notícias falsas existem desde o início da internet. Os leitores deveriam estar atentos ao que leem. Se quero checar se algo é verdadeiro apenas pesquiso no Google e busco outra fonte.” 

Renan Miranda é consultor pedagógico do curso pré-vestibulares Anglo 

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