Membros da bancada evangélica da Câmara afirmam estar “contempladíssimos” pela escolha do colombiano Ricardo Vélez Rodriguez para o Ministério da Educação.
“Nós estamos contempladíssimos com a escolha”, afirmou à Folha o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos aliados próximos do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
A opinião é ratificada pelo presidente da frente parlamentar evangélica, Takayama (PSC-PR). “Se fosse para dar uma nota de 0 a 100 para o Bolsonaro, daríamos 100”, disse.
Eles negaram que a frente preferisse o nome do procurador evangélico Guilherme Schelb, que foi ventilado nesta quinta-feira (22) como uma possibilidade, após a bancada vetar a nomeação de Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna. “Nós não fizemos nenhuma indicação. Nós temos uma relação próxima com o Schelb porque ele é evangélico, mas se ele agrada, o Vélez agrada também”, afirmou Sóstenes.
De acordo com Takayama, o veto da bancada, uma das bases de sustentação de Bolsonaro na Câmara e que tem como uma de suas pautas centrais a defesa do projeto Escola sem Partido, o veto ao nome de Mozart se deu por questão de valores. “Nós não temos nada contra ele, acho que é uma pessoa tecnicamente preparada, mas é uma questão dos valores que nós queremos para o Brasil”, disse.
Mozart é tido como moderado entre funcionários do ministério, mas para os evangélicos não seria alinhado com o Escola sem Partido.
De acordo com o presidente da comissão que analisa o projeto na Câmara, Marcos Rogério (DEM-RO), o nome de Vélez pegou integrantes da bancada de surpresa. Ele diz, no entanto, que acredita que ele seja alinhado com Bolsonaro e, portanto, com o texto do Escola sem Partido.
“O MEC até aqui sempre teve linha contra o Escola Sem Partido, mas estamos passando por uma mudança de governo e os ministérios devem se alinhar ao governo. Você não pode ter um presidente que tem uma linha e ministros que têm outra”, afirmou.
Indicado como ministro da Educação, Rodríguez é formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Foi professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) até 2013. Nascido em 1943, ele é autor de livros como "A Grande Mentira - Lula e o Patrimonialismo Petista" (Vide Editorial).
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