O desempenho dos alunos das escolas estaduais de São Paulo teve uma leve melhora neste ano em português, mas, em matemática, piorou no fim do ensino fundamental e estagnou no médio.
Os dados são do Saresp, avaliação anual da rede, e foram divulgados pelo governador Márcio França (PSB) nesta quarta-feira a menos de duas semanas de ele deixar o cargo.
É a primeira vez que os números são tornados públicos no mesmo ano em que a prova é feita. Segundo o secretário da Educação, João Cury, o objetivo é antecipar o planejamento para o ano que vem.
Não foi divulgado conjuntamente, como costuma ocorrer, o Idesp, índice de qualidade que leva em conta tanto as notas do Saresp como indicadores de reprovação e abandono escolar. Segundo a secretaria, isso deverá ser feito no prazo já esperado, no ano ano que vem, da mesma forma que as notas dos alunos do terceiro ano no Saresp, que não foram calculadas a tempo porque, diferentemente dos demais, a prova deles não era de múltipla escolha.
Os dados do exame divulgados nesta quarta mostram que as notas aumentaram no quinto ano do ensino fundamental em relação a 2017, passando de 223,8 para 227,4 pontos em matemática e de 214,3 para 217 em português.
No ensino médio, as notas melhoraram 4,3 pontos em português, chegando a 278,8 pontos, a maior da série do Saresp.
Em matemática, porém, o avanço foi de apenas 0,3 ponto, alcançando um total de 278,3. O desempenho ficou abaixo do patamar considerado adequado nas duas disciplinas, que é de 300 e 350 pontos, respectivamente.
O resultado do Idesp deverá ser conhecido no início do ano que vem. O índice de 2017 ficou em 5,33 para o ensino fundamental 1; 3,21 para o ensino fundamental 2; e 2,36 para o ensino médio. As metas para 2030 são 7, 6 e 5, respectivamente.
No Brasil, como um todo, é possível comparar o desempenho do estado por meio do Ideb, índice que combina as notas dos alunos em uma prova federal com as taxas de abandono escolar e repetência.
Por esse indicador, divulgado no ano passado, a rede estadual paulista está em 3º lugar no ensino médio, empatada com a de Ceará e Rondônia e atrás de Goiás, Espírito Santo e Pernambuco.
À época da divulgação do Ideb, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) reclamou que as notas dos colégios técnicos não eram consideradas.
Ao comentar a piora no 9° ano de matemática, Cury disse que é uma série delicada por ser um momento de transição para o ensino médio. "É o momento em que muitos alunos pensam se vão continuar na escola", afirma.
A menos de duas semanas de deixar o cargo, o governador anunciou ainda recursos para construção de escolas e reajuste de repasses para Apaes.
Foi também formalizado um programa iniciado na gestão França, que direciona verbas para grêmios estudantis da rede estadual.
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