Escolas da rede estadual de SP enforcam primeiro dia do ano letivo

Das 15 escolas contatadas pela reportagem, 8 não começaram as aulas nesta sexta (1º)

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Escola estadual João Solimeo, na Brasilândia (zona norte), estava com as portas fechadas no primeiro dia de aulas de 2019 - Arquivo pessoal
São Paulo

Alunos da rede estadual de ensino de São Paulo encontraram escolas fechadas no primeiro dia do ano letivo de 2019. Muitas unidades enforcaram esta sexta-feira (1º) e só devem começar a receber estudantes na próxima segunda (4).

A reportagem visitou ou entrou em contato com 15 escolas nas cinco regiões da capital na manhã desta sexta. Oito não haviam iniciado as aulas.

Na Brasilândia (zona norte), a escola estadual João Solimeo estava com os portões e a secretaria fechados nesta manhã. Um cartaz informava que o acolhimento, nome dado à recepção dos alunos no início do ano letivo, seria feito na segunda-feira. Na página da escola no Facebook, uma publicação do dia 29 de janeiro também avisava sobre o início das aulas no dia 4 de fevereiro. 

Quando a reportagem visitou o local, na tarde de sexta, pais e alunos faziam inscrições na secretaria e conferiam as listas de turma. 

Ana Clara, 10, que vai começar a estudar na Solimeo este ano, chegou para visitar a escola usando a camiseta do uniforme e com a mochila preparada, trazendo caderno, estojo e agenda. “Se tivesse aula hoje, ela já ia ficar”, brinca a mãe Simone Silva dos Santos, 41. 

Simone diz que foi avisada que as aulas só começariam na outra semana. O outro filho dela, Gabriel, 12, já estuda no local. Nesta sexta, a ida à escola foi para que a filha pudesse conhecer o local. 

“A gente, como mãe, dá graças a Deus [com o começo das aulas], porque dois meses com eles em casa é muito agitado. Tem que ficar inventando atividades o tempo todo”, diz ela. 

A cozinheira Renata, 36, tem uma filha de 13 anos na Solimeo. Ela afirma que não sabe de nenhuma escola da região que tenha tido aulas nesta sexta. O filho de 8 anos, que estuda na escola Osmar Bastos Conceição, e a sobrinha de 6, que começará na escola Doutor Augusto de Macedo Costa, ficaram em casa na sexta.  

Simone Silva dos Santos com os filhos Gabriel e Ana Clara
Simone Silva dos Santos com os filhos Gabriel e Ana Clara, na escola estadual João Solimoe - Fernanda Canofre/Folhapress

Na escola ao lado, a Professor Galdino Lopes Chagas, a secretaria estava aberta, mas um cartaz no portão também avisava que as aulas só começariam na segunda. Uma funcionária disse à reportagem que a mudança do início das aulas foi informada nesta semana, por isso alunos não foram comunicados.

Porém, pais que estavam consultando as listas de turmas e visitando a escola, disseram que foram comunicados em reunião que as aulas começariam na terça (5). Segunda-feira ainda haveria reuniões. 

“Para mim, é normal, não atrapalha em nada”, diz Fernanda Silvestre, 30, mãe de Gabriel, 9, que também foi conferir qual seria a turma do filho no próximo ano. 

O aviso prévio sobre a mudança de datas, no entanto, não aconteceu em todas as escolas. “Chegamos para trabalhar e a escola estava com os portões fechados e não havia ninguém para nos informar o que estava acontecendo”, disse a professora de uma escola da zona oeste da cidade, que pediu para omitir o nome.

Após o Agora entrar em contato com a Secretaria de Estado da Educação pela manhã, os cartazes foram retirados, e os portões, abertos.

Na escola estadual Professora Júlia Macedo Pantoja, na Vila Prudente (zona leste), o aviso sobre a escola fechada só foi colocado às 8h, quando os funcionários da secretaria chegaram. “A mudança do início do ano letivo foi feita no dia 30 e não houve tempo hábil para comunicar a todos”, disse um funcionário pelo telefone.

Nas escolas Professor Américo de Moura, na Vila Prudente (zona leste), e Alberto Torres, no Butantã (zona oeste), os alunos não tiveram aulas em razão de reuniões de professores para o planejamento do ano. “Os alunos novos podem vir na segunda-feira, para o acolhimento. Os antigos podem vir só na quarta”, informou uma funcionária da secretaria.

Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB) comemorou o início das aulas nesta sexta. Em um vídeo em que aparece com o secretário da Educação, Rossieli Soares, explica que algumas escolas podem demorar para receber o kit escolar, porque o contrato com os fornecedores só foi assinado neste ano.

Fernanda Silvestre confere a lista de turma com o filho Gabriel
Fernanda Silvestre confere a lista de turma com o filho Gabriel - Fernanda Canofre/Folhapress

Em parte das escolas os alunos chegaram a ser recebidos, mas foram dispensados mais cedo. Nos colégios João Kopke, nos Campos Elíseos (centro), e na Dr. Francisco Brasiliense Fusco, na Vila Andrade (zona sul), os estudantes do período da manhã foram dispensados antes das 10h. Eles só verificaram em qual sala teriam aula e foram embora.

“Hoje foi só uma conversa com o coordenador. Só na segunda que começa para valer, disse uma funcionária. 

A secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no entanto, informou que o calendário escolar determina que os alunos voltassem às aulas na sexta-feira. 

Com relação às escolas João Solimeo, Professor Galdino Lopes Chagas e Professora Júlia Macedo Pantoja, a pasta disse, por meio de nota, que os cartazes que avisavam sobre as aulas na segunda foram retirados, e as diretorias de ensino responsáveis determinaram o funcionamento normal das unidades no restante do dia. 

A secretaria ainda informou que as unidades foram orientadas a planejar atividades e ações de acolhimento dos alunos, a critério de cada escola. A pasta ainda pede a alunos e responsáveis que avisem as diretorias de ensino caso encontrassem escolas sem atividade hoje. 

Com informações do Agora 

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