Governo pediu apoio da Casa da Moeda para impressão do Enem

Informação sobre possível falência de gráfica que imprime exame circulava há mais de um mês no MEC

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Brasília

O Inep ( (Instituto Nacional de Estudos Pesquisas e Estudos Educacionais) consultou neste ano a Casa da Moeda para ajudar na impressão do Enem. O pedido foi tema de uma reunião no último dia 11, em Brasília. A informação de que a gráfica RR Donnelley passava por dificuldades já circulava havia mais de um mês dentro do Inep, órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pelo Enem e outras avaliações.

O anúncio da falência da empresa preocupa servidores do instituto com relação à realização do exame, marcado para novembro e porta de entrada para praticamente todas as universidades federais.

Participaram da reunião no mês passado o ex-presidente do Inep, Marcus Vinicius Rodrigues, e o diretor de Inovação e Mercado da Casa da Moeda, Ary Vicente de Santana, além de outros dois superintendentes.

Os membros da Casa da Moeda, que ficam no Rio, viajaram a Brasília especialmente para falar do assunto, a pedido do Inep.

A Casa da Moeda do Brasil é a empresa estatal responsável pela impressão da moeda e papel-moeda oficiais do Brasi. 

​Na reunião, foram tratados o fornecimento de parte do material do Enem, como listas de chamada e relação de aplicadores. As conversas, no entanto, não tiveram continuidade por causa da crise do MEC que envolve demissões e disputas entre grupos.

Dessa forma, não houve avanço no formato de contrato ou demais detalhes, como o volume de materiais que poderiam ser impressos.

A instituição convocou nova reunião com o Inep mas não obteve retorno. Por isso, as tratativas ficaram paradas —incluindo a avaliação se haveria necessidade de mudança de estatuto para realizar os serviços relacionados ao Enem.

Marcus Vinicius Rodrigues foi demitido pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, na semana passada. Já o chefe da da diretoria de avaliação da Educação Básica dentro do Inep, Paulo Teixeira, pediu demissão em solidariedade ao demitido. Essa é a diretoria que cuida do Enem.

De forma reservada, servidores e ex-funcionários do instituto falaram à Folha que há grande preocupação com as indefinições e com a ausência de uma pessoa capaz de liderar essa operação.

No ano passado, o Enem recebeu 5,5 milhões de inscrições. No total, foram impressas 11 milhões de provas. O resultado é a porta de entrada para praticamente todas as universidades do país.

A gráfica assumiu a impressão do Enem 2009, depois que a prova vazou naquele mesmo ano. O sistema de segurança e logística foi aprimorado ao longo dos anos, ao mesmo tempo em que órgãos de controle cobravam a realização de licitação para o serviço.

A RR Donnelley tem contrato com o Inep para a realização da prova até este ano, segundo a Folha apurou.

A ideia dentro do Inep era publicar um novo pregão neste ano, mas a medida não andou. Há um processo de licitação envolvendo outras avaliações educacionais, como o Saeb, que também segue parado —este por causa de questionamentos de empresas concorrentes. 

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