Descrição de chapéu Educação a distância

Tecnologias ajudam a engajar alunos e a prever dificuldades na EaD

Cursos investem em ferramentas como realidade virtual e vídeos interativos

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São Paulo

Para atrair novos alunos e driblar a concorrência, escolas que oferecem educação a distância investem em ferramentas tecnológicas como realidade virtual, gamificação e vídeos interativos. O objetivo é oferecer cursos mais imersivos e aumentar o engajamento do estudante.

Essas novas tecnologias contemplam demandas das novas gerações, que mostram melhores resultados com conteúdos curtos e dinâmicos e se identificam com linguagens de jogos.

 Eduardo Knapp/Folhapress - Produção Dafne Stephan

“Antes, as videoaulas na EaD tinham, em média, 25 minutos. Hoje em dia têm, no máximo, 12”, afirma Luiz Fernando Oliveira, responsável pela operação técnica, inovação e produtos do ensino online da Faculdade Impacta.

“Há um crescimento muito rápido no setor, e entender como a tecnologia contribui com a aprendizagem é fundamental para ficar à frente da concorrência”, diz Ricardo Ponsirenas, diretor de ensino digital da Laureate Digital. 

Ele é o responsável pelos materiais online de instituições de ensino superior da rede Laureate, caso da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e da Universidade Anhembi Morumbi. 

Um dos recursos desenvolvidos pela Laureate é um simulador que utiliza a realidade virtual para transportar os alunos de engenharia até um laboratório 3D.

Os estudantes fazem diferentes experiências com elementos químicos, e o sistema, implantado neste ano, sinaliza perigo de explosão quando a escolha de elementos ou recipientes é inadequada.

Antes de ir à bancada, o estudante tem de cumprir tarefas que o ajudam na familiarização com o ambiente de trabalho. Virtualmente, ele caminha pelo laboratório para identificar os produtos e equipamentos de proteção.

O simulador é acompanhado de textos e vídeos de professores, que guiam os alunos nas tarefas. A ferramenta pode ser acessada por meio de aparelhos celulares, tablets ou computadores e está na nuvem —ou seja, não é necessário fazer download.

A tecnologia, segundo Ponsirenas, foi bem recebida por alunos e professores. Por isso, desenvolve para o curso de gastronomia uma ferramenta semelhante, com imagens de cozinhas reais.

Além do simulador, a Laureate estimula a interação nas videoaulas. A tecnologia funciona como o capítulo interativo da série “Black Mirror”, no qual o telespectador toma decisões em diferentes pontos da história, afetando os resultados que encontra pelo caminho.

Em uma videoaula sobre eletricidade, por exemplo, o estudante deve escolher o vídeo em que o professor usa o material que serve como condutor elétrico. Se ele acerta, uma lâmpada se acende.

 

No curso a distância de administração da Fia (Fundação Instituto de Administração), alunos competem entre si em um software que simula a gestão administrativa de locais como aeroportos e hospitais.

Os estudantes aplicam fórmulas para calcular taxa de ocupação, fluxo de caixa, demanda potencial e tomar decisões de gestão. Vence o estabelecimento mais bem gerenciado e sem ociosidade. 

Na Impacta, os alunos colecionam emblemas virtuais que são obtidos a cada tarefa cumprida. Os emblemas têm tecnologia blockchain —sistema de codificação que não pode ser falsificado— e podem ser associados a LinkedIn e Facebook por aqueles que queiram exibir suas conquistas nas redes sociais.

Ainda recebem insígnias quem tiver as melhores notas e os mais participativos no fórum online.

A Impacta utiliza inteligência artificial para facilitar a organização de sua plataforma online. Um software identifica as palavras de todos os vídeos postados no site para criar tags, que facilitam a busca por um tema específico.

Além de tornar o estudo online mais fácil, a tecnologia pode ajudar a identificar eventuais dificuldades dos alunos. 

O big data, que coleta e analisa grandes quantidades de dados, detecta quais são os tópicos de cada disciplina em que o índice de erro de cada estudante é maior.

O recurso deve ajudar a reduzir a evasão escolar, uma vez que as instituições poderão se antecipar aos problemas, de acordo com Zacarias Junior, gerente de tecnologia e inovação do Instituto Presbiteriano Mackenzie, que espera trabalhar com a ferramenta a partir do ano que vem.

“A tecnologia torna o estudo dinâmico. Qual a chance de alguém realmente se engajar, se um curso só tem apostila impressa?”, afirma Ricardo Ponsirenas, da Laureate.

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