Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro diz que Enem sem ditadura militar não teve 'desinformação'

Em transmissão online, ele pediu que as redações dos próximos anos sejam de temas científicos e técnicos

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (7) que as edições anteriores do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que trouxeram questões relativas à ditadura militar (1964-1985), tinham "mentira".

Em transmissão nas redes sociais, ele cumprimentou o Ministério da Educação e disse que não teve participação nenhuma na definição do tema da redação deste ano, que foi sobre democratização do acesso ao cinema no Brasil.

Presidente Jair Bolsonaro em live na internet nesta quinta-feira (7) - Reprodução

"[Houve] Certas questões que a imprensa sentiu falta. Não quero falar aqui para não polemizar. Quero dizer à imprensa que o que não houve foi desinformação. Quando tratava desse assunto, era só mentira. Então, não houve desinformação nas questões de múltipla escolha", disse.

Desde 2009, a avaliação nacional apresentava pelo menos uma questão relativa à ditadura militar. Em outros anos, foram abordados temas como a Operação Condor, que uniu governos do Cone Sul para perseguição de adversários, e a morte do jornalista Vladimir Herzog.

Sem citar diretamente, Bolsonaro também criticou o fato de a avaliação de 2018 ter abordado o pajubá, uma variação da língua portuguesa utilizada pela comunidade gay e que foi alçada ao status de dialeto. A prova desde ano não teve questões sobre a população LGBT.

"O tema já não foi aquele tema polêmico. Linguagem não sei de quem, não sei do quê, escrevendo besteira, estimulando a criançada a se interessar por aquele assunto que não leva a lugar nenhum", afirmou.

O presidente também pediu ao ministro Abraham Weintraub que, nos próximos anos, as redações sejam ligadas a temas científicos e técnicos. Caso seja escolhido um cultural, ele solicitou que seja mais geral, sem focar na "particularidade de uma certa cultura".

Dias após ganhar a eleição de 2018, Bolsonaro criticou uma das questões do Enem daquele ano, que mencionava o pajubá e afirmou que sua gestão iria "tomar conhecimento da prova"antes da aplicação.

Em março, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pelo exame, nomeou uma comissão para fazer uma análise ideológica das questões. O resultado, no entanto, não veio a público. 

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