Jovem que queria 'dar alegria para a mãe' perde Enem e é consolado por anônimos

Os portões foram fechados rigorosamente às 13h num dos pontos tradicionais de provas em SP, na Barra Funda

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Portões fecham 13h para segundo dia de prova do Enem
Portões fecham 13h para segundo dia de prova do Enem - Ricardo Hiar/Folhapress
São Paulo

Os portões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foram fechados às 13h deste domingo (10) para a realização da segunda etapa do exame, que tem uma previsão de receber mais de 5 milhões de candidatos em todo o Brasil. 

A Folha fará a correção da prova, ao vivo, a partir das 19h30, com professores da Organização Educacional Farias Brito (a transmissão será aqui).

Mesmo sem qualquer alterações nos relógios —no dia da primeira prova os relógios adiantaram uma hora e acabaram evitando atrasos —, poucas chegaram em cima da hora num dos tradicionais pontos de aplicação da prova em São Paulo, a Universidade Nove de Julho, na Barra Funda.

Morador de Santana, o estudante Lucas Ribeiro de Almeida, 18, não conseguiu entrar. Ele chegou ao local assim que os portões fecharam. O rapaz até se ajoelhou e pediu para entrar, dizendo que fazer o Enem para ele era a oportunidade de ser alguém na vida. 

Estudante perde prova por chegar no momento em que portão era fechado, em SP
Estudante perde prova por chegar no momento em que portão era fechado, em SP - Ricardo Hiar/Folhapress

“O ônibus que eu peguei demorou muito e, quando desci precisei comer alguma coisa porque não tinha nem tomado café da manhã. Corri muito pra tentar chegar, mas não consegui. Foi tudo em vão”, afirmou.

Um grupo de voluntários tentou consolar o jovem, que pretendia cursar publicidade e propaganda. “Vou ter que esperar mais um ano. Não sei o que fazer. Queria dar essa alegria para a minha mãe.”

Foi a primeira vez que Lucas fez a prova do Enem. Ele acredita que foi bem na primeira fase, e diz que estudou o ano inteiro para realizar o exame.

No último domingo (3), os candidatos responderam questões de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas. 

A primeira edição do Enem sob o governo Jair Bolsonaro (PSL) foi também a primeira em dez anos que não trouxe nenhuma questão relativa à ditadura militar (1964-1985).

Agora foi a vez das provas de ciências da natureza e de matemática, cada uma com 45 perguntas de múltipla escolha.

Às 15h33, os primeiros alunos começaram a deixar o prédio da Universidade Nove de Julho.

Para Victor Hugo Souza, 17, o exame “foi relativamente fácil”. Está é a primeira vez que ele realiza a prova e disse não ter tido grandes surpresas. “Foi tranquilo, achei matemática bem fácil. A de química estava um pouco mais complicada”, afirmou.

Para Clarice Nolasco Brito, 22, que cursa direito e pretende conseguir algum desconto com o resultado do exame, estava um pouco difícil, mas dentro do que esperava. “Foi terceira vez que fiz a prova, mas a última tinha sido em 2016. Acho que com as mudanças para esse novo modelo a prova ficou mais cansativa.”

Caio Pereira, 18, conta que foi um dos primeiros a concluir a prova. Ele diz que estava preparado e por isso achou o exame bem fácil. “Foi a segunda vez que fiz a prova e não mudou nada, caíram as mesmas coisas de sempre", afirmou.

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