Descrição de chapéu MBA e Pós-graduação

Combinar estudo e trabalho aumenta ganhos de pós-graduação no exterior

EUA e Reino Unido oferecem visto de aluno que permite atuar no mercado por até dois anos

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Mariana Janjacomo
Nova York

Antes de fazer as malas para passar dois anos em uma pós-graduação no exterior, é preciso saber exatamente o que se espera da experiência, seja fazer carreira fora ou voltar para uma promoção no Brasil, e qual o melhor destino para isso.

“O estudante não pode só se deixar levar pela opinião de amigos que foram e tiveram uma boa experiência. Cada trajetória é única”, conta Leonardo Trench, diretor executivo da gradeUP, assessoria que auxilia quem deseja estudar fora do Brasil. 

Se o plano é continuar a carreira no exterior depois do curso, então o ideal é procurar por países que ofereçam aos estudantes internacionais vistos que autorizem o trabalho durante e após os estudos. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, alunos com visto F-1 matriculados em cursos acadêmicos de tempo integral com duração de pelo menos um ano podem se inscrever para o OPT (Optional Practical Training, algo como “treinamento prático opcional”). 

Trata-se de uma autorização para trabalhar por até um ano em empregos relacionados à área dos estudos, antes ou depois do curso.

Algumas universidades estrangeiras apresentam programas específicos para a colocação dos alunos no mercado de trabalho. 

No Reino Unido, entrou em vigor neste ano uma nova regra de vistos. A norma permite que estudantes trabalhem no país por até dois anos depois da conclusão do curso. Antes, o prazo era de quatro meses, diz Diana Baste, diretora de educação do British Council no Brasil.

Nas áreas ligadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática, é comum encontrar cursos que incluem o “placement year”, um ano em que o aluno fica afastado das aulas para trabalhar no ramo. “Os estudantes já saem da universidade sabendo como funciona o mercado de trabalho no país”, afirma Trench, da gradeUP.

Se o objetivo é voltar para o Brasil depois do curso, é preciso avaliar se experiência no exterior será, de fato, recompensada com a mudança de área ou promoção almejada. 

Um bom primeiro passo é conversar com ex-alunos que já passaram pela experiência. Se a ideia é continuar na mesma empresa, uma conversa direta com o chefe pode ser esclarecedora.

“Cada vez mais as empresas brasileiras estão abertas a esse diálogo. Grande parte dos estudantes que auxiliamos tiveram o apoio das companhias”, diz Trench.

Foi o caso da analista de negócios Laura Ordones Castilho, 28. Formada em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ela apostou em uma pós internacional para se reciclar.

Em agosto de 2019, conseguiu uma licença não remunerada da empresa de consultoria onde trabalhava, em São Paulo. Embarcou rumo a Nova York, onde cursa um MBA de dois anos na Columbia University, com foco em desenvolvimento de liderança. 

“Tenho contato com lideranças mundiais da minha área, o que faz toda a diferença. Além disso, percebi que vários profissionais bem-sucedidos nos quais eu me espelho tiveram essa vivência internacional”, afirma Castilho, que mira um aumento de salário quando voltar para a empresa em São Paulo.

Prédio grande e antigo, com torre
Universidade de Coimbra, em Portugal, que tem mais de 2.000 estudantes brasileiros - Giuliana Miranda/Folhapress

Para quem teme os obrigatórios testes de proficiência de idioma, as universidades portuguesas são uma boa opção. Mesmo com 150.854 brasileiros morando no país em 2019, alta de 43% ante o ano anterior, ainda há vagas em cursos de pós-graduação por lá.

“Existe um limite de 30% das vagas dos cursos de graduação para estudantes internacionais. Já para a pós, esse limite não existe”, explica Cristiane Lazoti Kafeijan, fundadora da EduPortugal, empresa mantida por instituições de ensino superior portuguesas.

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